quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"erro crasso"

Em 59 a.C, o poder em Roma foi dividido entre três figuras: Júlio César, Pompeu Magnus e Marco Licinius Crasso. Enquanto os dois primeiros eram notáveis generais, que ampliaram os domínios romanos, Crasso era mais conhecido pela sua riqueza do que por seu talento militar: César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha, assim, uma idéia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo império ocupava, na época, boa parte do Oriente Médio - Irã, Iraque, Armênia e outros, conta o professor de Letras da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) Robert Levonian.

À frente de sete legiões, ou 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica de suas tropas. Abandonou as táticas militares romanas e tentou atacar simplesmente - na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado - quase todos os 50 mil morreram, incluindo Crasso.

A bobagem feita por Crasso, virou, em várias línguas, sinônimo de estupidez. Levonian explica que a expressão "erro crasso" é parente de outras, como "calcanhar de aquiles" ou "vitória de pirro", ambas que remetem a histórias da antiguidade. "Elas se disseminaram principalmente no século XIX e no início do século passado. Estudar Grécia e Roma era comum, e esses acontecimentos acabavam se transformando em expressões na boca de quem queria demonstrar certa erudição", comenta o professor da Ulbra.

O pior é que, em latim, crassus também é um adjetivo e significa graxo, ou gordo. Segundo Levonian, nenhuma relação com a expressão: um erro crasso é chamado assim por causa da burrice militar de Marco Licinius, eternizado na fala de vários povos.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

COLÉGIO DOCTUS - Conteúdo para avaliação da 8ª série A.


Tema
Brasil, de Jango a Constituição Cidadã.

Data
27/11 (quarta-feira).

Plantão tira dúvidas
 25/11 (segunda-feira), das 12h00 – 13h00.

Observação
Buscar o significado das palavras abaixo e passá-las para o Caderno de A a Z e entregá-lo no dia da avaliação.

- Jango, Jânio Quadros, Ordem do Cruzeiro, Plano Trienal, Reforma de Base, Marcha da Família com Deus pela Liberdade, Milagre Brasileiro, ufanismo, subversão, Ato Institucional, AI-5, linha dura (ditadura brasileira), repressão, MDB, ARENA, senador biônico, anticandidato (ditadura militar), Pacote de Abril, redemocratização, Tropicália, greves do ABC,  Diretas Já, Ulisses Guimarães.

Conteúdo
- Governo de João Goulart.
  * renuncia de Jânio Quadros.
  * parlamentarismo.
  * Plano Trienal.
  * Reforma de Base.
  * golpe civil-militar.
  * apoio dos Estados Unidos.

- Governo Militar
  * Milagre Brasileiro.
  * ufanismo.
  * reforma educacional.
  * Atos Institucionais.
  * AI - 5.
  * sistema bipartidário.
  * ARENA.
  * Pacote de Abril.
  * senador biônico.
  * linha dura.

- Presidentes Militares
  * governo Castelo Branco.
  * governo Costa e Silva.
  * junta militar.
  * governo Médici.
  * governo Geisel.
  * governo Figueiredo.

- Luta contra a ditadura.
  * MDB.
  * anticandidato.
  * Tropicália.
  * luta armada.
  * Diretas Já.
  * greves dos metalúrgicos no ABC paulista.

- Redemocratização.
  * Tancredo Neves.
  * José Sarney.
  * multipartidarismo.  
  * Constituinte.
  * Constituição Cidadã.

Filmes e vídeos

- Telecurso - Jânio Quadros.

- Telecurso - João Goulart.

- Telecurso - Regime Militar.

- Telecurso - reabertura política.

- Regime Militar por Boris Fausto.

Redemocratização por Boris Fausto.

- A outra versão do golpe (doc.).

- Zuzu Angel.

- Lamarca.

- O ano que meus pais saíram de férias.

- Jango.

- Apoio do EUA ao golpe.

- A história que ajudamos a construir: Diretas Já.

- Tropicália.

COLÉGIO DOCTUS - Conteúdo para avaliação do 7º ano A.



Tema

Data
29/11 (sexta-feira).

Plantão tira dúvidas
 27/11 (quarta-feira), das 12h00 – 13h00.

Observação
Buscar o significado das palavras abaixo e passá-las para o Caderno de A a Z e entregá-lo no dia da avaliação.

- Tratado de Tordesilhas, pau-brasil, escambo, Pindorama, engenho de açúcar, Martim Afonso de Souza, Vila de São Vicente, colonização, capitanias hereditárias, capitão donatário, governo-geral, Tomé de Souza, jesuítas, Padre José de Anchieta, Padre Manuel da Nóbrega, Mem de Sá, França Antártica, França Equinocial, Estácio de Sá, senzala, sesmaria, tráfico negreiro, navio negreiro, quilombo, malungo, União Ibérica, Câmara Municipal (colônia), Companhia de Comércio das Índias Orientais, Companhia de Comércio das Índias Ocidentais, Maurício de Nassau, Guerra dos Trinta Anos, Conselho Ultramarino, Insurreição Pernambucana.

Conteúdo
- Período pré-colonial.
  * pau-brasil.
  * escambo.
  * invasões estrangeiras.
  * crise no comércio oriental.

- Colonização.
  * trabalho escravo indígena.
  * conflitos entre indígenas e colonizadores.
  * atuação dos jesuítas na colônia.
  * fundação da vila de São Vicente.
  * plantio de cana-de-açúcar e os engenhos.
  * Capitanias Hereditárias.
  * invasão francesa.
  * Governo Geral.
  * Governos Gerais.

- Engenho.
  * trabalho escravo de africanos.
  * tráfico negreiro.
  * quilombo.
  * a relação da igreja com o trabalho escravo com africanos.

- União Ibérica.
  * domínio espanhol.
  * independência da Holanda.
  * dominação holandesa.

- Dominação holandesa.
  * Companhia de Comércio das Índias Ocidentais.
  * administração holandesa no Brasil, o governo de Maurício de Nassau.
  * Insurreição Pernambucana.


Filmes e vídeos
- 500 Anos: o Brasil Colônia.

- 500 Anos: jesuítas no Brasil.

- 500 Anos: cultivo da cana-de-açúcar.

- 500 Anos: domínio holandês.

- 500 Anos: a escravidão.

- Telecurso: chegada e colonização do Brasil.

- Telecurso: trabalho e escravidão.

- União Ibérica e a invasão holandesa.


Anchieta, José do Brasil (1977).


- Desmundo.








segunda-feira, 18 de novembro de 2013

COLÉGIO DOCTUS - Conteúdo para avaliação do 6º ano A e B.


Tema

Data
29/11 (sexta-feira).

Plantão tira dúvidas
 27/11 (quarta-feira), das 12h00 – 13h00.

Observação
Buscar o significado das palavras abaixo e passá-las para o Caderno de A a Z e entregá-lo no dia da avaliação.

- Italiotas, Etruscos, Magna Grécia, Cartago, obra pública, patrício (Roma), plebeu (Roma), cliente (Roma), Senado (Roma), destituição, vitalício, cônsul, centurião, Tribuna da Plebe, Tribuno da Plebe, Lei das Doze Tábuas, Guerras Púnicas, General Aníbal, reforma agrária, irmãos Graco, ciclo vicioso, Espartaco, rebelião, gladiador, pão e circo, cidadão romano, povos germânicos, Triunvirato, Júlio Cesar, Crasso, Pompeu, Ditador, Cleópatra, Marco António, Otávio Augusto, "Pax Romana", cristianismo.

Conteúdo
- União dos povos italiotas e a fundação de Roma.

- Organização social de Roma:
  * patrícios;
  * plebeus;
  * clientes;
  * escravos.

- Domínio dos etruscos.

- Senado romano.

- Revolta dos patrícios:
  * fim da monarquia;
  * início da República;
  * Cônsul;
  *Assembléia Centuriata.

- Conflito Sociais:
  * patrício x plebeus;
  * Tribuno da Plebe;
  * lei Canuléia;
  * Lei das Doze Tábuas.

- Guerras Púnicas:
  * 1ª Guerra Púnica;
  * 2ª Guerra Púnica;
  * 3º Guerra Púnica;
  * expansão romana.

-  Crise Política:
  * Reforma dos irmãos Graco;
  * Revolta de Espartaco;
  * Triunvirato;
  * Ditadura.

- Júlio Cesar.

- Império Romano:
   * Otávio x Marco António;
   * organização social de Otávio Augusto, poder aos mais ricos;
   * "Pax Romana",
   * política do "pão e circo".

- Declínio do Império:
   * germânicos;
   * fim das conquistas (expansão);
   * cristianismo.


Filmes e vídeos
- Grandes civilizações - Roma (parte 1).

- Grandes civilizações - Roma (parte 2).

- Telecurso: Roma, da monarquia ao império.

- Cartago: o Holocausto romano (parte 1).

- Cartago: o Holocausto romano (parte 2).

- Cartago: o Holocausto romano (parte 3).

- Cartago: o Holocausto romano (parte 4).

- Batalhas decisivas - Spartacus.

- Júlio Cesar - "Não sou rei, sou Cesar". (parte 1)

Júlio Cesar - "Não sou rei, sou Cesar". (parte 2)

- Pão e circo.

- Átila, o humo.

- Santo Agostinho - o declínio do Império Romano.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

COLÉGIO DOCTUS - Atividade para o 6º ano A e B.

Tema
Pesquisa histórica

Objetivo
Levar o aluno a fazer pesquisa histórica sobre Campinas por meio de ferramentas online.

Valor
De 0,00 a 2,0 pontos.

Metodologia
Trabalho ditado e impresso conforme a metodologia indicada.

Data de entrega
21 de novembro.

Observação: data de entrega ALTERADA para ATÉ o dia 22 de novembro! 


Trabalho

O município de Campinas disputou no passado com o município de São Paulo a honra de ser a capital do estado de São Paulo. Mas, devido a um triste fato, Campinas perdeu!

1 - Por qual motivo Campinas não se tornou a capital do estado de São Paulo?

2 - De onde e como veio o mal que atingiu o município?

3 - Quem foram e qual a importância de Emílio Ribas e Saturnino Brito para Campinas nesse momento? 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

COLÉGIO DOCTUS - Conteúdo para avaliação da 8ª série A

Tema:
governo JK.

Data:
4 de novembro.

Conteúdo:
Estudar os textos abaixo e passar as palavras e expressões grifadas, junto com o significado, para o Caderno de A a Z.

Observação: contextualizar as palavras e expressões com os textos.



Governo JK
A realidade além das aparências


No dia 24 de agosto de 1954 o então presidente do Brasil Getúlio Dornelles Vargas, acusado de corrupção, cometeu suicídio com um tiro no coração. Após esse fato, a democracia brasileira passou por uma prova de fogo pela sua sobrevivência, pois no curto espaço de 16 meses sucederam-se três presidentes pela linha sucessória.

Em 1955, a UDN (União Democrática Nacional), diante de uma possível derrota nas mãos de um getulista, o ex-governador de Minas Gerais Juscelino Kubistchek (JK), articulou um golpe a fim de evitar a sua posse, para tanto contava com o apoio de alguns militares que estavam descontentes com o apoio de comunistas a sua candidatura.

JK venceu com 35,68% dos votos pelo PSD (Partido Social Democrático), partido fundado por Vargas para arregimentar o apoio das elites e da máquina governamental, era considerado um partido conservador, porque representava interesses de setores agrários (latifundiários), da burocracia estatal e da burguesia comercial e industrial, e teve seu vice, que na época era eleito em separado, João Goulart (o Jango) eleito pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), partido que Vargas criou para arregimentar os trabalhadores por meio dos líderes sindicais e da burguesia industrial. Após a vitória nas urnas, a UDN, liderada pelo jornalista Carlos Lacerda e com apoio de militares, passou a conspirar contra o governo eleito em virtude dele não ter obtido a maioria dos votos. É então que entra em cena o Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott, que coloca tropas nas ruas, nos prédios públicos e principais rádios e jornais a fim de garantir a posse do presidente eleito conforme os mandos da Constituição.

A administração de JK, de cunho desenvolvimentista, visava o crescimento da produção industrial e da infraestrutura, com participação ativa do Estado, associado com capital privado nacional e o estrangeiro. Atraiu capitais estrangeiros concedendo às empresas multinacionais facilidades, inclusive, com a isenção de impostos. Seu modelo desenvolvimentista era de caráter dependente, pois abriu o Brasil ao capital estrangeiro, em especial estadunidense, concedendo-lhe facilidades excepcionais.

Para dar base ao seu governo desenvolvimentista, colocou em prática o Plano de Metas, cujo lema era “50 anos em 5”, seu objetivo era acelerar o desenvolvimento econômico, crescendo o equivalente a cinquenta anos em apenas cinco, que era o período de duração do seu mandato. Para tanto, definiu cinco grandes áreas em que o governo deveria investir maciçamente: energia, transportes, alimentação, indústrias e educação.

O crescimento industrial no período do governo JK impressiona, sendo o maior já registrado na história do Brasil. A produção industrial cresceu 80%, e o crescimento da economia alcançou robustos 8,1% ao ano.

Pode-se dizer que das áreas previstas para grandes investimentos no Plano de Metas, a dos transportes recebeu grandes investimentos, em especial a rede rodoviária, uma vez que atendia o interesse das multinacionais do setor automobilístico que se instalavam no território nacional. Foi construída as rodovias Belém-Brasília (com 2000 km), a Acre-Brasília (com 2.500 km), Fortaleza-Brasília (com seus 1500 km) entre outras. Tratava-se de interligar o Brasil a sua nova capital, ao seu novo centro do poder.

A opção pelo transporte rodoviário e a instalação das multinacionais, entre outras consequências, ocasionou a venda da única fábrica de motores nacionais, a estatal FNM (Fábrica Nacional de Motores, popularmente chamada de FeNeMê), deixando definitivamente o país de fora de um dos mais lucrativos negócios do mundo, totalmente absorvido nos dias de hoje pelas montadoras internacionais. Além disso, o modelo rodoviário também foi muito nocivo, uma vez que no longo prazo se traduziu no abandono dos investimentos no transporte público e do sistema ferroviário nacional. Para se ter uma ideia, atualmente, a pequena e sucateada malha ferroviária existente, em comparação com a vasta extensão territorial do país, resulta numa densidade ferroviária inferior a da Argentina, da Bélgica e de outros países.

Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960, é sem dúvida o símbolo do governo JK. A nova capital teve seus edifícios comerciais, residenciais e administrativos projetados por Oscar Niemeyer e seu plano piloto ficou a cargo de Lúcio Costa, os quais estabeleceram com ela um marco na arquitetura, como queria JK, que visava marcar seu governo como aquele que modernizou o Brasil. Construída no planalto central, literalmente ficava no meio do nada, mas essa era a prerrogativa do presidente, levar o progresso para todo o território nacional. Contudo, tal empreendimento sofreu várias críticas devido aos seus altos custos, favorecimento de empreiteiros na execução de projeto e por ocasionar um agravamento do processo inflacionário que fragilizaria duramente a economia.

Politicamente não havia obstáculos, afinal o presidente contava com maioria no Congresso, tinha a atuação de Jango junto aos sindicatos e o apoio do general Lott entre os militares. Por isso foi um governo marcado pela estabilidade, onde a oposição não tinha como atrapalhar. 

Deixando de lado o extraordinário crescimento econômico e o expressivo aumento da renda per capita (três vezes maior), o período final do governo de JK já assinalava os efeitos nocivos da sua política desenvolvimentista dependente. O rápido crescimento da indústria e os gastos com a construção da capital fomentaram a inflação e a dívida interna e externa. As multinacionais remetiam grande parte de seus lucros as suas matrizes, enviando até um valo superior do que investiu. Além do mais, a renda per capita não traduzia a realidade, pois o grande poder aquisitivo se concentrava nas mãos de poucos afortunados, fato que ampliou as desigualdades sociais e regionais. 

Mas, assim como ocorrera com Getúlio Varga, nada abalou a popularidade de JK ao fim de seu mandato. Tanto que até os dias de hoje ele é considerado um paradigma na administração pública e na economia brasileira, um marco da consolidação da atividade industrial nacional. Na memória do povo seu mandato é lembrado como uma época de otimismo e de grandes realizações, mesmo com a crise econômica que deixou como herança para o próximo governo.

Contudo, JK não consegue eleger o candidato que teve o seu apoio, o agora Marechal Lott. Em seu lugar como mandatário da nação entra em cena Jânio Quadros, candidato da UDN.



JK e os "Anos Dourados" brasileiro

Na eleição presidencial de 1955, os partidos criados por Vargas, o PTB (Partido Social Democrático) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), embora o primeiro fosse de cunho conservador e o segundo voltado às causas sociais dos trabalhadores, se unem em prol da candidatura presidencial do ex-governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, popularmente conhecido como JK, e da de vice do ex-ministro do trabalho, o getulista João Goulart, o Jango. Contra eles esta a UDN (União Democrática Nacional) e o PDC (Partido Democrata Cristão) que disputam o pleito com o ex-getulista e tenentista Juarez Távora.

Participaram também do pleito os candidatos Adhemar de Barros, getulista como JK, mas paulista, fato que lhe era desfavorável nacionalmente por ser do estado que mais se opôs a Vargas e este gozava de grande popularidade, principalmente após seu suicídio, e Plínio Salgado, que no passado tentou um golpe de Estado por meio do seu partido fascista, o Integralismo. JK e Jango vencem as eleições. 

A posse de JK foi ameaçada por uma tentativa de golpe tramada pelo presidente em exercício Carlos Luz, udenista, junto com políticos e militares pertencentes ao seu partido. Contudo, a posse ocorreu dentro da legalidade como previsto, pois o ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott, mobilizou tropas militares que ocuparam importantes prédios públicos, estações de rádio e jornais. Carlos Luz foi deposto da presidência e em seu lugar foi empossado provisoriamente no governo o presidente do Senado, Nereu Ramos, que se encarregou de transmitir os cargos a Juscelino Kubitschek e João Goulart em 31 de janeiro de 1956. 

O governo de JK entrou para história do país como a gestão presidencial na qual se registrou o mais expressivo crescimento da economia brasileira. Na área econômica, o lema do governo foi “50 anos em 5” . Para tanto o governo federal elaborou o Plano de Metas, que previa um acelerado crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial, com investimentos na produção de aço, alumínio, metais não-ferrosos, cimento, álcalis, papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico.

Audacioso, o Plano de Metas teve pleno êxito, pois no transcurso da gestão governamental a economia brasileira registrou taxas de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em torno de 80%, além de triplicar a renda per capita.

A prioridade dada pelo governo ao crescimento e desenvolvimento econômico do país recebeu apoio de importantes setores da sociedade, incluindo os militares, além dos empresários e sindicatos trabalhistas. O acelerado processo de industrialização registrado no período, porém, acarretou consigo uma série de problemas de longo prazo para a econômica brasileira. Afinal, o governo realizava investimentos no setor industrial a partir da emissão de dinheiro e da abertura da economia ao capital estrangeiro. A emissão de papel moeda ocasionou um agravamento do processo inflacionário, enquanto que a abertura da economia ao capital estrangeiro gerou uma progressiva desnacionalização econômica, uma vez que as empresas estrangeiras passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia brasileira. Tal controle era preponderante nas indústrias automobilísticas, de cigarros, farmacêutica e mecânica. Em pouco tempo, as multinacionais começaram a remeter grandes remessas de lucros (muitas vezes superiores aos investimentos por elas realizados) para seus países de origem. Esse tipo de procedimento era ilegal, mas as multinacionais burlavam as leis locais.

O Plano de Metas foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista de JK. Mas, por outro lado, alcançou os resultados esperados.

A gestão JK também foi marcada pela implementação de um ambicioso programa de obras públicas, o destaque, a joia da coroa do governo, é sem dúvida a construção de Brasília, a nova capital federal. Em 1956, já estava à disposição do governo a lei nº 2874 que autorizada o Executivo Federal a começar as obras de construção da futura capital federal bem no planalto central, levando o progresso para o interior do Brasil. Em razão de seu arrojado projeto arquitetônico, a construção da cidade tornou-se o mais importante ícone do processo de modernização e industrialização do Brasil daquele período histórico, símbolo máximo do progresso nacional e foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

O responsável pelo projeto arquitetônico de Brasília foi Oscar Niemeyer, que criou as mais importantes edificações da cidade, enquanto que o projeto urbanístico ficou a cargo de Lúcio Costa. Por conta disso, destacam-se essas duas personalidades, mas é preciso ressaltar que administradores ligados ao presidente Juscelino Kubitschek, como Israel Pinheiro, Bernardo Saião e Ernesto Silva também foram figuras importantes no projeto. As obras de construção duraram três anos e dez meses. No dia 21 de abril de 1960 a cidade foi inaugurada pelo presidente.

A gestão desenvolvimentista de JK, em particular a construção da cidade de Brasília, não esteve a salvo de críticas dos setores oposicionistas. No Congresso Nacional, a UDN mantinha seu coro de oposição política, afinal podia se manifestar livremente em razão de que os partidos políticos gozavam de liberdade de expressão garantida por lei. Com exceção do PCB (Partida Comunista Brasileiro), que no contexto da Guerra Fria continuava na ilegalidade. A UDN ganha maior força no momento em que as crescentes dificuldades financeiras e inflacionárias (decorrentes principalmente dos gastos com a construção de Brasília) fragilizaram o governo federal. Sua oposição se faz por meio de denuncias de escândalos de corrupção e uso indevido do dinheiro público. A construção da nova capital foi o principal alvo das suas críticas. No entanto, tais ações oposicionistas não prejudicaram seriamente a estabilidade governamental da gestão de JK. Tanto que, em comparação com os governos democráticos que o antecederam e o sucederam na presidência da República, o mandato presidencial de Juscelino apresenta o melhor desempenho no que se refere à estabilidade política. Afinal, a aliança entre o conservador PSD e o trabalhista PTB garantiu ao Executivo Federal uma base parlamentar de sustentação e apoio político sólido, com aprovação dos projetos necessários ao governo.

O PSD era a força dominante no Congresso Nacional, pois possuía o maior número de parlamentares e o maior número de ministros no governo. Ao seu lado o PTB, que gozava de amplo apoio do setor trabalhista. O êxito da aliança entre os dois partidos deveu-se ao fato de que ambos evitaram radicalizar suas respectivas posições políticas, ou seja, conservadorismo e reformismo radicais foram abandonados em prol da governabilidade.

No pleito de 1960, o quadro eleitoral apresentou a seguinte configuração: a UDN lançou Jânio Quadros como candidato; o PTB com o apoio do PSD apresentou como candidato o Marechal Henrique Teixeira Lott; e o PSP (Partido Social Progressista) concorreu com Adhemar de Barros.

Embora apoiado maciçamente por JK, Lott era tido como um candidato “muito sério” e perdeu para o carismático Jânio Quadros que obteve expressiva votação. Como as eleições para presidente e vice-presidente eram independentes, o candidato udenista a vice-presidente, Milton Campos, não repetiu o êxito nas urnas do seu colega e foi derrotado pelo candidato do PTB, João Goulart. Assim, Jango iniciou seu segundo mandato como vice-presidente.

Ainda hoje, para muitos brasileiros, os anos do governo JK são lembrados como "Os Anos Dourados", coincidindo com a fase de prosperidade estadunidense conhecida como "The Great American Celebration", a qual se caracterizou pela baixa inflação e pelas elevadas taxas de crescimento da economia e do padrão de vida do povo do Estados Unidos.