quarta-feira, 7 de março de 2012

Fóssil de verme revela origens do homem no Canadá

AFP    AFP – seg, 5 de mar de 2012



Paleontólogos britânicos e canadenses rastrearam as origens dos seres humanos e outros vertebrados a partir do estudo do fóssil de um verme que nadava nos oceanos há 500 milhões de anos, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.
Uma nova análise de fósseis encontrados nas Montanhas Rochosas do Canadá, na jazida conhecida como Xisto de Burgess, na província da Columbia Britânica (oeste), determinou que o extinto Pikaia gracilens é o membro conhecido mais primitivo da família dos cordados, que inclui peixes, anfíbios, aves, répteis e mamíferos.
A pesquisa, publicada na revista britânica Biological Reviews, identificou uma notocorda (estrutura primitiva) que se tornaria parte da coluna vertebral dos vertebrados, assim como tecidos musculares chamados miômeros em 114 espécimes fósseis desta criatura.
Também encontraram um sistema vascular.
"A descoberta de miômeros é a prova irrefutável que vínhamos buscando há muito tempo", disse o autor principal do estudo, Simon Conway Morris, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
"Agora, com miômeros, um cordão nervoso, uma notocorda e um sistema vascular, todos identificados, este estudo situa claramente Pikaia como o cordado mais primitivo do planeta", afirmou Morris.
"Assim, da próxima vez que pusermos uma foto de família sobre a chaminé, lá no fundo estará o Pikaia", acrescentou.
Os primeiros exemplares de Pikaia gracilens foram coletados pelos exploradores pioneiros do Xisto de Burgess em 1911. No entanto, os cientistas passaram por alto pelos espécimes, considerados um antepassado das minhocas e das enguias.
Só na década de 1970, Morris sugeriu que este animal com cinco centímetros de comprimento, chato dos lados, e um pouco parecido com as enguias, que provavelmente nadavam movimentando seu corpo com curvas dos dois lados, poderia ser o membro mais antigo conhecido da família dos cordados.
Um espécime de Pikaia gracilens está em exibição no Museu Real de Ontário (ROM), e uma exposição maior no sítio de Burgess será organizada.

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