quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quando os sonhos se perdem!


Você sonha, fica inspirado e começa a planejar como trilhar a sua chegada até ele!

Então, você fica feliz, um ser que transborda alegria, a euforia toma conta de cada átomo do seu corpo e tudo fica mais bonito, a realidade ganha novas cores! É revigorante caminhar até a concretização do seu sonho! 

Eis que na realidade que lhe cerca há elementos que demonstram ser obstáculos. Você nem imaginava, pareciam ser ferramentas que lhe auxiliariam na sua caminhada. Mas as aparências enganam ou você se deixou enganar. Difícil saber. Mas pela virtude que lhe orienta assume a culpa e se condena por ter se iludido, pela sua ingenuidade. 

Tudo mudou ou apenas transtornos temporários? Você está muito animado para se deixar abater, por isto considera que é apenas um subterfúgio, nada que atrapalhe o plano. O mundo ainda é uma paleta de cores. 

Doce ilusão! Você está errado. Seu caminho não pode mais ser trilhado, deve ser revisto. Aos poucos seu sonho vai se modificando, sofrendo adaptação à realidade. Até que percebe que ele não existe mais, foi apenas uma boa ideia. Linda! Mas apenas uma ideia, uma construção mental que nunca foi ou será concretizada. Neste dia você apenas vive um dia após o outro, um ser no piloto automático. Você se tornou um barco a deriva dos ventos e correntezas. E assim vai, sem coragem de assumir o leme. 

É difícil desobstruir as dificuldades que anulam nossos sonhos. Pois muitas vezes elas nos aparecem como um porto seguro, embora não passem de uma miragem. Mas o que podemos fazer se somos sonhadores que enxergam cores bonitas em tudo?

Prof. Fábio José de Oliveira

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O Ato e o Ser!

O pior dos atos é o ato de negar o ato, o não ato. Logo, se trata da negação do ato em si. É a atitude de não se ter atitude perante a realidade que nos confronta; o não dizer o que deveria ser tido, o desejo de proferir palavras, mas se calar; o desejar e não agir para se satisfazer, negar o que se quer.

Assim, não somos quem realmente somos, não há coerência entre nossa essência e nossas ações. Rumamos a uma frustração, a uma angustia que coroe o nosso ser, corrompendo a nossa alma, destruindo aos pouco quem somos até haver apenas uma casca vazia, um corpo sem alma.

Sem alma não é possível a existência! Pois alma, cuja etimologia deriva do termo latino animu (ou anima), que significa "o que anima", é fonte da vida de cada organismo, é o ato que define os seres vivos, é o que anima, move, faz agir, assim, é o seu princípio e o fim. Observando os seres viventes, Aristóteles percebeu três singularidades que compõe a alma:  nutrição, desejo e intelecto. O primeiro está presente em todos os seres, os pertencentes ao reino vegetal, assim como o dos fungos, possuem apenas ele. Já o segundo é próprio dos animais não racionais, sejam eles um reles artrópode ou um grande paquiderme, pois estes buscam se saciar, seja para alimentação, seja para reprodução, seja proteção, seja lá para o que for, é o desejo que os move, que os anima, logo, é a sua alma, junto, é claro, com a necessidade de nutrição. Já a terceira é própria dos animais racionais, o que significa que é a nossa característica, o que nos move, afinal, não só fazemos parte desta categoria como somos a única espécie que habita esta esfera a possuir tal capacidade. Assim, somos seres capazes de pensar e por isto somos capazes de tomarmos decisões, de sermos autônomos perante o outro no que se refere as ideias. Dessa forma, nossa alma nos conduz para além das necessidades básicas, nos leva a agir de forma livre.

Ao agirmos livremente, agimos humanamente, afinal, somos as únicas criaturas deste planeta a gozar de liberdade. Um animal não racional age por instinto, levado pela sua alma que lhe conduz a satisfação dos seus desejos. Ser livre é uma atitude racional, de tomar decisão diante de um mundo ao qual o ser está inserido.

Assim, nós, seres racionais, nos construímos a partir de cada decisão que tomamos. Edificamos a nossa essência a cada ato, aprendemos a ser com cada erro. Somos a somo dos nossos erros, acertos, dúvidas... somos o que construímos em cada ato feito.


Por outro lado, nos deixar a mercê do outro, não pensar por si só, negar o ato de pensar, negar nossa autonomia e mergulharmos numa heteronomia, é na sua essência a morte, afinal, nos remete ao não ato! A negação de quem somos.

Prof. Fábio José de Oliveira