segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Santa incoerência

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Já estou na terceira xícara de café e no quarto cigarro. Entre um gole e outro do meu saboroso elixir de cafeína e entre uma tragada e outra do meu veneno diário, fico a tentar entender certas pessoas que se professam ser religiosas, que afirmam orgulhosamente seguirem uma doutrina de amor, mas agem egoistamente, consideram que o problema do outro não lhe diz respeito. Onde está o amai uns aos outros? Apontam e condenam quem lhe é diferente, discorda em pensamento ou comportamento. Onde fica a moral da parábola do bom samaritano?

Porém, que coerência esperar de indivíduos que pregam uma religião que alegam ser baseada no amor fraternal, com um deus que é pai e ama a todos, mas que vivem no medo? Nada pode, se castram de prazeres! Aliás, entendem o prazer como pecado, algo ruim, digno de um terrível castigo. Somos seres racionais, um animal capaz de avaliar e tomar decisões para, assim, fazer escolhas. Mesmo assim não podemos fazer isso, temos que obedecer cegamente uma doutrina, deixar que uma ideia externa nos comande. Enfim, somos capazes de sentir prazer mas não podemos, assim como podemos decidir mas devemos obedecer.

Afinal, somos alguém ou coisa?

A nossa natureza nos dotou de inteligência, mas na concepção judaica-cristã-islâmica isto não procede. Tanto que deus proibiu o ser humano primordial de se saciar do fruto do conhecimento, aquele que concede o dom de fazer escolhas. Pensar por si só é ruim. Nada de autonomia, apenas heteronímia.

Coitada da cobra falante, ousou ser aquela que leva o conhecimento ao outro, que busca despertar a pessoa para sair do fundo da caverna, a fim de deixar de contemplar as sombras para contemplar a luz da sabedoria que a tudo ilumina. Ser perigoso num mundo obscuro.


Prof. Fábio José de Oliveira

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