quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Os miseráveis - atividade


Proposta de atividade sobre a obra Os miseráveis de Victor Hugo.



Les Misérables (Os Miseráveis) é considerada umas das magnum opus do escritor francês Victor Hugo, publicada em 3 de abril de 1862 simultaneamente em Leipzig, Bruxelas, Budapeste, Milão, Roterdã, Varsóvia, Rio de Janeiro e Paris (nesta última cidade foram vendidos 7 mil exemplares em 24 horas). Muito conhecido e popular, seu texto já foi adaptado para filmes, séries de televisão e peças musicais em todo o mundo.

Os Miseráveis expõe a filosofia política de Hugo, retratando a desigualdade social e a miséria decorrente, e, por outro lado, o empreendedorismo e o trabalho desempenhando uma função benéfica para o indivíduo e para a sociedade. Retrata também o conflito na relação com o Estado, seja pela ação arbitrária do policial ou pela atitude do revolucionário obcecado pela justiça.

Disponível: https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Miser%C3%A1veis; acesso: 10/10/18.



Atividade

1 - Leiam o resumo do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels.

Resumo do Manifesto Comunista.

 No seu primeiro capítulo designado “Burgueses e Proletários”, o Manifesto Comunista aborda as diferenças entre um e outro e sua evolução com o passar dos anos, criticando o capitalismo.
Ele mostra que as classes menos favorecidas como: desempregados, mendigos, bandidos etc., eram absurdamente menosprezadas, como se não fizessem parte da sociedade em que viviam.
O segundo capítulo aborda a relação entre os partidos e os proletários e visa mostrar pontos que eles tinham em comum. Como por exemplo a queda da superioridade dos burgueses e a transferência do poder político ao proletariado.
A obra traz as visíveis diferenças do regime capitalista e faz questão de expor a situação da desigualdade social. O comunismo é apresentado como favorável a abolição das propriedades privadas.
Neste capitulo ainda traz uma lista de como aplicar o comunismo na sociedade, de como agir de acordo com o regime comunista.
A terceira parte do Manifesto Comunista fala sobre os regimes “socialista e comunista” e faz fortes críticas a três tipos de socialistas: socialismo reacionário (que visava continuar com o método de produção e troca, tinham um ponto de vista burguês), socialismo conservador (tinha caráter de reforma, mas não de revolução) e o socialismo e comunismo crítico-utópico (que buscava mudar a sociedade através de exemplos e não de lutas políticas).
A conclusão se fecha com as principais ideias do Manifesto, dando destaque as questões das propriedades privadas e buscando ‘informar’ o quanto é importante que os operários se unam em prol de uma única causa. Com isso uma frase virou célebre: “Proletários de todos os países, uni-vos“.

Disponível: https://www.coladaweb.com/politica/o-manifesto-comunista (com adaptação); acesso: 14/3/18.

Publicado em 1848, o Manifesto Comunista defende, entre tantas ideias, que a História é marcada pela luta de classes. No caso, tal luta é o confronto entre o proletário explorado e a burguesia exploradora.

– Podemos observar no romance Os miseráveis de Victor Hugo pontos em comum com a obra Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels?

·    Justifiquem a resposta.
·    Apontem ao menos uma cena da obra que corrobore com sua resposta.


2 – Leiam a canção.

Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz, desconfiado
Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?

Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio

Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai, vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar

Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse

Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Zé Ramalho

- Estabeleça um paralelo entre o personagem de Jean Valjean da obra Os miseráveis e o da música Cidadão de Zé Ramalho.

·        Façam uma descrição de como são os personagem, tanto nas suas características psicológicas como no tratamento social.

3 – Leiam a resenha sobre a obra O segundo sexo da Filósofa francesa Simone de Beauvoir.

O Segundo Sexo

Escrita em 1949, O segundo sexo é a obra mais conhecida de Simone de Beauvoir. Sua publicação gerou um escândalo em diversos âmbitos como o da Igreja católica (foi incluída na lista de publicações proibidas) e o do governo da União Soviética.

Quando o livro apareceu, já estavam superadas – por ter alcançado seus objetivos — as reivindicações sufragistas. Simone de Beauvoir expõe o desenvolvimento da opressão masculina por meio da análise da história, da literatura e dos mitos, atribuindo os efeitos contemporâneos dessa opressão ao fato de ter-se estabelecido o masculino como norma positiva.

O mundo masculino apropriou-se do positivo (ser homem) e do neutro (ser humano) e considerou o feminino como uma particularidade negativa, a fêmea. Em consequência, a mulher foi identificada como “o outro”, o que levou a uma perda de sua identidade social e pessoal. O sexo feminino é limitado pelo conjunto inteiro do patriarcado.

A obra tem dois volumes. No primeiro, Simone apresenta fatos e mitos sobre as mulheres, analisando múltiplas perspectivas, incluindo a biológica, a psicanalítica, a materialista, a histórica, a literária e a antropológica. A autora esclarece que nenhuma delas é suficiente para definir a mulher, mas cada uma delas contribui para dar uma definição da mulher como a “outridade”, “o outro” diante do masculino.

O segundo volume começa com a famosa afirmação: “Não se nasce mulher, toma-se mulher“. Simone de Beauvoir procura mostrar o absurdo da afirmação de que as mulheres nascem “femininas” e devem ajustar-se ao que esse conceito supõe, em seu tempo e sua cultura.

Por meio da análise dos papéis de esposa, mãe e prostituta, ela mostra como as mulheres, em vez de realizar-se por meio do trabalho e da criatividade, são obrigadas a seguir vidas monótonas, tendo filhos, cuidando da casa ou sendo meros receptáculos da libido do homem.

A pensadora propõe uma série de demandas para conseguir a emancipação feminina. A mais importante é que se permita, à mulher, realizar-se por meio de projetos próprios, com todos os perigos e incertezas que eles possam acarretar. É inegável a influência de Simone de Beauvoir como precursora do feminismo na filosofia política.


- A partir da leitura da resenha da obra de Simone de Beauvoir, descreva como a mulher é retratada na obra de Victor Hugo.


4 – Leia o ensaio sobre a obra do Filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau.

Rousseau e o contrato social

Rousseau afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje. Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o corromperia. Da mesma forma, o homem nasceria livre, mas por toda parte se encontraria acorrentado por fatores como sua própria vaidade, fruto da corrupção do coração. O indivíduo se tornaria escravo de suas necessidades e daqueles que o rodeiam, o que em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com o mundo das aparências, do orgulho, da busca por reconhecimento e status. Mesmo assim, acreditava que seria possível se pensar numa sociedade ideal, tendo assim sua ideologia refletida na concepção da Revolução Francesa ao final do século XVIII.

A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva.

Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum.

Este pensador acreditava que seria preciso instituir a justiça e a paz para submeter igualmente o poderoso e o fraco, buscando a concórdia eterna entre as pessoas que viviam em sociedade. Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a propriedade privada seria a origem da desigualdade entre os homens, sendo que alguns teriam usurpado outros. A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da sociedade civil. O homem começa a ter uma preocupação com a aparência. Na vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas distintas. Por isso, para Rousseau, o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade natural e da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra. Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o momento em que um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se percebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário” (WEFFORT, 2001, p. 207).

Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se escreve para si mesmo seria um ato de liberdade.

Dessa maneira, tratar-se-ia de um pacto legítimo pautado na alienação total da vontade particular como condição de igualdade entre todos. Logo, a soberania do povo seria condição para sua libertação. Assim, soberano seria o povo e não o rei (este apenas funcionário do povo), fato que colocaria Rousseau numa posição contrária ao Poder Absolutista vigente na Europa de seu tempo. Ele fala da validade do papel do Estado, mas passa a apontar também possíveis riscos da sua instituição. O pensador avaliava que da mesma forma como um indivíduo poderia tentar fazer prevalecer sua vontade sobre a vontade coletiva, assim também o Estado poderia subjugar a vontade geral. Dessa forma, se o Estado tinha sua importância, ele não seria soberano por si só, mas suas ações deveriam ser dadas em nome da soberania do povo, fato que sugere uma valorização da democracia no pensamento de Rousseau.

Paulo Silvino Ribeiro
Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Doutorando em Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Segundo Rousseau o ser humano é bom de origem, mas a sociedade o corrompe.

- Explique como podemos aplicar a ideia defendida por Rousseau ao personagem de Jean ValJean.


Prof. Fábio José de Oliveira

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