E lá vou eu no meu homérico
oficio de lecionar para jovens descompromissados com os estudos. Então, peço um
trabalho que consiste na elaboração de uma dissertação sobre a intolerância
presente na sociedade brasileiro e como podemos combate-la. Para que não
esqueçam, anoto as instruções na lousa.
Mais de vinte minutos se passam e
vem a pergunta:
- O que é pra fazer?
Na minha postura de tranquilidade
(ou seria cansaço por estar de invólucro escrotal preenchido?) respondo que é o
que está anotado na lousa.
O horário da aula se aproxima do
fim e recebo uma dissertação (na verdade um texto toscamente escrito cujo o
gênero não é bem definido) e vejo que a criatura classificada como aluno transcreveu
sobre intolerância religiosa. Respiro fundo e me ponho a explicar para aquela
bucólica criatura que ele não fez o que foi pedido. Ignoro, é claro, o fato
dele provavelmente ter copiado o primeiro texto que encontrou na internet, numa
rápida pesquisa no Google sobre intolerância. Mesmo assim, a criatura bufa,
resmunga e ainda ameaça não fazer mais o trabalho (?).
Fico a cá com meus botões a
pensar qual é minha. Expliquei, anotei as instruções na lousa, perguntei se
alguém tinha alguma dúvida, fiquei a disposição para sanar dúvidas pontuais.
Será que minha culpa consiste no fato do aluno não saber pesquisar no Google?
Prof. Fábio José de Oliveira
@FiloProfessor
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