quarta-feira, 6 de março de 2019

A essência da violência



Quando seu filho não lhe obedecer, bata nele e, caso ele continue, bata mais forte. Se ele se machucar ou vier a morrer de tanto ser surrado, não se culpe, afinal, será apenas uma consequência dos atos dele. Afinal, cada um faz seu próprio destino!

Absurdo? Pois é! Mas, em essência, fazer isso com um filho é o mesmo que muitos pregam que seja feito contra criminosos quando dizem “bandido bom é bandido morto” ou penas comemoram quando isso acontece, também quando defende que a polícia faça uma abordagem violente em comunidades subjugadas por traficantes.

Em ambos os casos, uma medida rígida não será a solução ideal. Pelo contrário, assim como um filho pode se revoltar, também haverá revolta contra a truculência policial. Não apenas por parte de criminosos, mas, também pela população sufocada que passará a apoiar o inimigo do meu inimigo, aquele que não chega atirando a esmo.

A criminalidade em terra tupiniquim é fruto do descaso com a educação, meio pelo qual uma pessoa consegue uma boa formação e, consequentemente, um bom emprego que lhe renumero de modo justo. É fruto da humilhação de se viver num lugar sem saneamento básico, com uma polícia ineficiente na prevenção de crimes e na solução dos mesmos, com hospitais e postos de saúde sem estrutura para tratar de uma pessoa num momento em que ela está frágil. É fruto do transporte público caro, desconfortável e superlotado.

Enquanto não focarmos em combater a raiz dos problemas sociais que geram a criminalidade, nunca estaremos realmente seguros, apenas mais violentos numa guerra contra todos.

Prof. Fábio José de Oliveira
@FiloProfessor   

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