quinta-feira, 24 de outubro de 2019

A REGRA É CLARA



A regra é clara, não há o que discutir. Na dúvida procure no Google!

Mas, em terras Tupiniquins a regra varia de acordo com a cor dos seus olhos, pele ou cabelo. Pode também variar se a pessoa lhe achou simpática, bonita ou interessante. Há também exceção para seu status social, situação financeira ou estado emocional. Pode acontecer da pessoa apenas lhe achar legal, que mereça ou que os santos batam. Quem sabe seja por terem o mesmo gosto musical, que prefiram a mesma pizza ou curtam a mesma série.

Não! A regra não é tão clara assim. É bem flexível numa sociedade acostumada ao “jeitinho”, ao burlar o que é predeterminado por interesse. Seja ele qual for.

Nas redes sociais, o turbilhão de críticas pela falta de justiça em nosso país é avassalador. Todos demonstram seu descontentamento com políticos e magistrados que usufruem de recursos públicos para bancarem suas regalias, de empresários que recebem vantagens por financiarem campanhas políticas, dos filhinhos de papai que não são presos toda vez que aprontam, dos políticos que gozam de foro privilegiado para saírem impunes dos seus crimes.

Eis que indago: o que esperar de um país onde a própria sociedade, com seus cidadãos de bem (seja lá o que isso signifique na mentalidade cretina dos nossos idos), que é acostumada em dar um jeitinho para ser beneficiada? Que considera normal a lei do Gerson?

A regra é clara, desde que seja aplicada ao outro.

Prof. Fábio José
@FiloProfessor

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Cenas Brasileiras - Parte 13



Ridículo!!! Eis o que penso quando vejo pessoas culparem seus ex-professores pelo fracasso educacional.

A acusação contra o antigo instrutor de saberes é sempre feita de modo leviano, sem demonstrar que sequer houve uma breve reflexão sobre o caso ou demonstrando que o indivíduo transmissor de tamanha verborreia não possui condições cognitivas para tal tarefa. Apenas propagam suas “críticas” nas redes sociais como se fossem verdades absolutas pelo simples fato de terem convicção disso. 

No estado de São Paulo, grande reduto tucano e conservador, onde, nas palavras do advogado, professor e ex-governador Cláudio Lembo, é dominado por uma elite branca, o professor exerce seu ofício com baixa renumeração, sendo obrigado a trabalhar em até três períodos e atua em salas de aula lotadas, nas quais basta um único aluno desinteressado e sem ética para comprometer o aprendizado de todos. 

Parece que os críticos educacionais do Facebook, WhatsApp e Twitter não se lembram quantas vezes o professor foi obrigado a se dedicar mais para conter a bagunça, as gracinhas e outros infortúnios que prejudicavam os interessados em aprenderem ou nunca tiveram tal experiência por terem frequentados colégios particulares onde o professor é um reles “pau mandado” de pais que se sentem no direito de dizer o que tem que ser feito em aula por estarem pagando ou não há indisciplina em razão de pais não permitirem que seus filhos desperdicem seu dinheiro “gasto” com ensino.

Em mais de 15 anos de carreira no magistério, testemunhei muitos jovens professores entrarem na sala de aula cheios de boas intenções, dispostos a serem gentis e a desfilarem sorrisos, excitados com a ideia de desenvolverem projetos educacionais estimulantes. Depois que a aula terminava, voltavam revoltadas com o modo que foram tratados pelos alunos. Alguns até choravam de desgosto ou humilhação. Entre lágrimas e expressão de revolta, exigiam a presença dos pais, sem saberem que dificilmente a presença dos progenitores resolveria algo. Isso quando o responsável pela criança não era um irmão ou irmã mais velho, um tio/tia, avô/avó ou mesmo vizinho. Em geral, o convocado muitas vezes nem aparece e, quando dá o ar de sua graça, defende a criança ou apenas se limita a dize que não sabem o que fazer, jogando a responsabilidade unicamente sobre a escola. 

Afinal, qual é o professor que consegue dar aula mesmo? Ah, sim! Aquele que toma uma postura autoritária perante a sala, que não admite falta de respeito e se impõe. Com o tempo até pode se tornar flexível, “legal”, mas sem perder sua dureza, pois, é ela que manter a ordem e o aprendizado para todos, garantindo o direito a educação para quem deseja. Parece fácil, mas exige muito de uma pessoa fazer isso, tanto que esse ofício figura entre um dos mais desgastante do mundo segundo o site estadunidense Business Insider, com a ajuda do instituto de pesquisas de mercado de trabalho Bureau o Labor Statistic. Imaginemos então aqui na República Tupiniquim. 

Portanto, peço a gentileza de quem se dedicou ou desperdiçou tempo (depende do ponto de vista) a ler este texto, que antes de acusar o professor de ser o responsável pelo desinteresse do aluno ou culpa-lo pelo seu fracasso, colocando no seu ex-professor a culpa de não ter sido um ótimo aluno, que reflita: Você aprendeu ou não com ele? Professores que não foram rígidos, conseguiram trabalhar de forma eficiente sem problemas? Ele algumas vez se negou a lhe ensinar ou a tirar suas dúvidas? Em algum momento se colocou no lugar dele ou o imaginou como seu pai ou mãe passando pela mesma humilhação?

Prof. Fábio José

domingo, 13 de outubro de 2019

Roma Antiga



Períodos históricos
·         A História de Roma é dividida em três partes:
o   Monarquia.
o   República.
o   Império.

Mito da fundação de Roma
  • Após a destruição de Tróia pelos gregos, em 1400 a.C., o herói Eneias, filho de Heitor, fugiu com sua mãe graças à proteção dos deuses Júpiter e Vênus.
  •  Eneias foi para a região da Península Itálica e ali fundou a cidade de Lavínio.
  • Tempos depois, Ascânio, filho de Eneias, realizou a fundação do reino de Alba Longa, cidade às margens do rio Tibre.
  • Sobre o reinado de Numitor, Amúlio, o irmão do rei, o destronou e obrigou sua sobrinha, Rea Silvia, a virar uma Virgem Vestal, título dado às sacerdotisas dedicadas à deusa Vesta e, assim, proibida pela religião, de ter relações sexuais, o que a impediria de ter um herdeiro.
  • Reia Silvia acabou grávida de Marte[1] (Ares), deus da guerra, e em 771 a.C. nasceram os gêmeos Rômulo e Remo.
  • Ao saber deste nascimento, Amúlio mandou jogar as crianças no rio Tibre.
  • O cesto onde estavam os garotos encalhou próximo onde hoje é a cidade de Roma, entre os montes Palatino e Aventino. Encontrados por uma loba chamada Capitolina, que os amamentou, os garotos milagrosamente escaparam da morte certa. Mais tarde, um pastor encontrou os dois bebês e acabou cuidando deles até a idade adulta.
  • Crescidos, os irmãos souberam da sua história e buscaram vingança contra o tio.
  • Amúlio foi morto, Rea Silvia libertada e Numitor retornou como rei.
  • Depois os irmãos fundaram Roma na região onde foram encontrados e criados, mas algumas divergências foram resolvidas só quando Rômulo matou Remo[2].
  • Com um fratricídio nas costas, Rômulo foi o primeiro rei de Roma.

Explicação para o mito de fundação de Roma
  • Tito Lívio (59 a.C. 0 19 d.C.) relatou que Amúlio deu um golpe de Estado contra o irmão Numitor e obrigou sua sobrinha Rea Silvia a se tornar uma Virgem Vestal. Esta, após ser vítima de violência sexual, engravidou de gêmeos.
  • Os irmãos foram colocados num cesto e abandonados no rio Tibre, onde foram salvos por Capitolina, uma prostituta que tinha o apelido de Loba.
  • Romulo e Remo crescem e se vingam do tio, instituindo o avó como rei e libertando a mãe.
  • Fundam uma cidade, mas, devido a desavenças, a separam por um muro. Numa discussão, Romulo mata Remo e une as duas partes, fundando Roma.

Fundação histórica de Roma
  • Não há consenso sobre a data de fundação de Roma.
  • Italiotas (latinos, volcos, équos, úmbrios, sabinos, samnitas etc.), povos de origem Indo-europeu[3], migraram para a península itálica em meados do segundo milênio a. C..
  • Esses povos se espalharam pela península e se caracterizavam pela economia pastoreia.
  • Gregos povoavam o Sul da península desde a Segunda Diáspora Grega[4].
  • Etruscos[5] povoavam o Norte da península.
  • Tribos italiotas se unem e fundam a cidade Roma, cuja a localização geográfica lhe beneficiava como rota terrestre e marítima, além de ser próxima a minas de sal, produto valioso na época.
  • Roma se torna um entreposto comercial entre etruscos e gregos.

PERÍODOS DA HISTÓRIA DE ROMA



1º - Período Monarquia
  • Economia baseada na agricultura e a pecuária.
  • Comércio era atividade secundária.
  • Sete reis no período: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio, o Antigo, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. Sendo os quatro primeiros italiotas e os três últimos etruscos.
  • Sociedade:


  • Organização Política:
    • Controle dos patrícios.
    • Rei era a autoridade suprema. Chefe militar e religioso e juiz. Era fiscalizado pela Assembleia Curial e o Senado.
    • Senado, conselho formado por velhos cidadãos, responsáveis pela chefia das grandes famílias (gens).  As principais funções eram propor novas leis e fiscalizar a ação do rei. Formado nos primeiros tempos, por trezentos velhos chefes de famílias patrícias escolhidos pelo rei.
    • Assembleia Curial formada de cidadãos que estavam agrupados em cúrias (conjunto de dez clãs ou gens). Seus membros eram soldados em condições de servir o exército. Tinha como principais funções eleger altos funcionários, aprovar ou rejeitar leis, aclamar o rei etc.

Influência etrusca
  • Etruscos conquistam Roma.
  • Centralização do poder nas mãos do rei etrusco.
  • Senado formado pelos aristocratas romanos, os patrícios.
  • Grandes obras arquitetônicas[6].
  • Influencia grega devido ao comércio.

Fim da Monarquia
  • Tarquínio, o Soberbo, assume após um golpe de Estado contra o sogro.
  • Não cumpre determinações do Senado.
  • Assassina diversos senadores que lhe fizeram oposição.
  • O filho de Tarquínio estupra Lucrécia, esposa de um importante patrício. Ela mata após revelar o ocorrido.
  •  Júnio Bruto, com apoio de patrícios e plebeus, depõem Tarquínio.
  • Expulsão dos etruscos de Roma e fundação da República.

2º Período República
  • República - “Res Pvblica”, “coisa pública”.
  • Sociedade continua dividida em patrícios, plebeus, clientes e escravos.

  • Estrutura política:
    • Consulado – dois cônsules que eram os líderes da República e tinham mandato de um ano[7]. Comandavam o exército e eram responsáveis por atribuições religiosas e jurídicas.
    • Senado - composto por trezentos patrícios. Eram eleitos pelos magistrados e seus membros eram vitalícios. Elaboravam leis e decidiam a política romana interna e externa.
    • Magistratura - responsável principalmente pelas funções judiciárias, executivas e pela eleição dos senadores; era formada por patrícios. Eram divididos em: pretores, que cuidavam de aplicar as leis e podiam até substituir os cônsules em caso de extrema necessidade; questores que cuidavam diretamente das finanças; censores que cuidavam da “classificação” da população de acordo com sua renda, entre outras funções administrativas; edis que cuidavam da conservação da cidade.
    • Assembleia Popular - composta por patrícios e plebeus, responsável pela votação das leis e também responsável pela eleição dos cônsules.
    • Assembleia Curiata - cuidava dos assuntos religiosos e durante a Monarquia teve mais poderes. Na República, manteve apenas funções honoríficas, sem muita influência nos rumos políticos de Roma.
    • Conselho da Plebe - composto somente pelos plebeus, elegia os tribunos da plebe e era responsável pelas decisões em plebiscitos, que acabavam formando os decretos do povo.

  • Política de expansão territorial em busca de terras férteis devido ao aumento demográfico.
  • Exército passa de defesa para ataque e conquista.
  • Fortalecimento do exército (legiões) e dos generais devido as conquistas.
  • Economia baseada no comércio.
  • Conquista dos territórios gregos, com os quais aprendem as técnicas de navegação.
  • Atrito com Cartago[8], potência marítima que domina o Mediterrâneo.

  • Guerras Púnicas[9]:
    • Rivalidade entre Roma e Cartago, pela hegemonia econômica, política e militar na Sicília e depois em todo o Mediterrâneo ocidental, importante meio de transporte de mercadorias naquela época.
    • 1ª Guerra Púnica - guerra naval que se desenrolou de 264 a.C. até 241 a.C.. Iniciou-se com a intervenção romana em Messina, colônia de Cartago situada na Sicília. O conflito trouxe uma novidade para os romanos: o combate no mar. Com hábeis marinheiros, Cartago era a principal potência marítima do período. Os romanos só conquistaram a vitória após copiar os barcos dos fenícios, com a ajuda dos gregos, e com a inovação de pontes colocas sobre os barcos inimigos, poderiam entrar em combate corpo a corpo, que era sua especialidade. Roma conquistou a Sicília, Córsega e a Sardenha.

    • 2ª Guerra Púnica – de 218 a.C. até 201 a.C.. Desenvolveu-se quase toda em território romano. Liderados por Aníbal Barca, os cartagineses conquistaram várias vitórias. Aníbal atravessou os Alpes ao Norte de Roma e atacou diretamente a cidade. O quadro só se reverteu com a decisão romana de atacar Cartago em vez de proteger a cidade. Aníbal viu-se então obrigado a recuar para defender sua cidade e acabou derrotado na Batalha de Zama. Roma assumiu o controle da Península Ibérica e impôs severas exigências contra Cartago.

    • 3ª Guerra Púnica - de 149 a.C. a 146 a.C.. Após exigências abusivas de Roma, como a entrega de 300 jovens cartaginenses e a transferência da capital para o interior da África, Cartago reorganiza o exército e declara que não se submeterá aos mandos dos romanos. Sob a liderança de Cipião Emiliano Africano, Roma atacou e destruiu completamente a cidade de Cartago, escravizando os sobreviventes. Com isso completou-se o ciclo de batalhas que deu grande parte do mar Mediterrâneo aos romanos.

  • Consequências das Guerras Púnicas:
    • Fim do domínio cartaginês no Mar Mediterrâneo.
    • Domínio de Roma no Mar Mediterrâneo, assim como o controle sobre o comércio marítimo na região.
    • Aumento do poder político e econômico de Roma na Europa e norte da África.
    • Impulso para novas conquistas territoriais romanas e formação do que seria o Império Romano.

  • Conflitos internos: Patrícios x Plebeus
    • Causas:
      • Os patrícios convocavam os plebeus para serem soldados de seus exércitos nas constantes guerras de conquistas.
      • Impostos cobrados dos plebeus aumentavam, garantindo a riqueza dos patrícios.
      • Aumento do endividamento de muitos plebeus, o que acarretava a mudança de situação social, passando a serem escravos de seus credores.
    • Consequências:
      • Conscientes de sua importância militar e buscando superar a exclusão política e a exploração econômica, os plebeus resolveram se rebelar.
      • 494 a.C., plebeus retiraram-se para o monte Aventino, recusando-se a defender a cidade e ameaçam criar uma nova cidade enquanto não fossem cedidos a eles direitos políticos. Patrícios resolveram ceder à pressão e criaram o Concilium Plebis, o Tribunato da Plebe[10].
      • Em 450 a.C., após novas revoltas, os patrícios decidiram instituir a Lei das Doze Tábuas, o primeiro código de leis escritas em Roma e foi redigido por dez juristas, conhecidos como decênviros, ela visava transformar as antigas leis orais em leis escritas para dificultar que os patrícios as interpretassem de acordo com suas conveniências.
      • Lei Canuléia (445a.C) permissão de casamento entre Patrícios e Plebeus (na maioria das vezes ricos).
      • Eleição dos magistrados plebeus (367-366a.C) os plebeus foram conseguindo, lentamente , ter acesso ás mais diversas magistraturas romanas em 366 a.C., foi eleito o primeiro consul plebeu, cargo mais elevado na magistratura.
      • Lei que proibia a escravidão por dívida ( por volta de 366a.C.) muitos plebeus foram feitos de escravos por patrícios. A lei proibia esse tipo de escravidão. A escravidão foi abolida definitivamente em 326 a.C..
  • População escrava crescente devido as conquistas.
  • Revoltas de escravos e províncias conquistadas.
  • Ditador: cargo que dava ao seu titular poderes máximos por seis meses. Era usado diante de grandes revoltas.
  • Tibério e Caio Graco:
    • Tibério Graco – eleito Tribuno da Plebe e Consul, tentou introduzir um amplo programa de Reforma Agrária a partir das terras conquistadas e que pertenciam a Roma, mas que ficavam sob a guarda de patrícios. Seu objetivo era diminuir a pobreza dos cidadãos, principalmente dos legionários (soldados), que pouco lucravam com as conquistas e corriam o perigo de terem suas terras confiscadas por dívidas já que não trabalhavam nelas quando estavam de serviço. Foi morto após fechar o Senado para consolidar seus planos.
    • Caio Graco – irmão de Tibério, tentou anos depois colocar em prática a Reforma Agrária, além de subsidiar a compra de grãos aos mais pobres. Acuado pelo Senado, se matou para não dar aos inimigos e prazer de seu assassinato.

  • Revolta de Espartaco
    • Maior revolta de escravos da história da Roma antiga.
    • Foi liderada pelo ex-gladiador Espártaco.
    • Começou pequena, mas acabou formando um exército de 120 mil homens[11],
    • Resultou em um dos maiores derramamentos de sangue da história da humanidade.
    • General Licinio Crasso, o homem mais rico de Roma, buscava prestígio militar, e tenta conter a revolta após várias derrotas.
    • General Cneu Pompeu Magno, após vitoriosa campanha contra revoltosos na Hispânia é chamado para auxiliar Crasso.
    • Roma sufoca violentamente a rebelião, com Crasso crucificando os revoltosos.
    • O Senado considera Pompeu o responsável pela vitória, mesmo ele não tendo lutado contra as forças de Espartaco.
  • Revoltas de escravos e províncias, miséria da população mais pobre, descontentamento dos legionários por péssimas condições, fez o senado decretar poderes ditatoriais a generais, o que na prática enfraqueceu a própria instituição ao demostrar que não era capaz de conter as crises.
  • Pompeu e Crasso se unem e se tornam cônsules.
  • Júlio Cesar, general que conquistou a região da Gália, ganha prestigio pelas suas vitórias e generosidade na partilha dos espólios, além de promover benfeitorias aos plebeus.
  • Júlio Cesar, Crasso e Pompeu se unem e criam o Triunvirato.

PRIMEIRO TRIUNVIRATO

Agravante da crise política
  • Fase final da república.
  • Expansão romana trouxe conflitos sociais: patrícios com latifúndio ao mesmo tempo que soldados empobreciam após as campanhas militares e plebeus desempregados pelo grande número de escravos.
  • Diante da incapacidade de resolver os problemas sociais, uma vez que exigia restringir seus privilégios, os patrícios perdiam prestígio.
  • Generais ganhavam prestígio devido as conquistas.
  • Generais se tornam líderes políticos e passam a ambicionar e a ocupar cargos no governo.
  • O plebeu Mário se destaca como militar e se torna general.
  • Contratação de mercenários para ingressarem o exército.
  • Distribuição de parte das terras conquistadas aos soldados, além de espólio e salário ao fim do serviço militar.
  • Levantes e ataques de outros povos.
  • Mário é eleito Consul e reeleito por seis vezes consecutivas, mesmo a lei exigindo um período de dez anos.
  • Sila, patrício empobrecido, se destacou no exercício militar ao conter rebeliões.
  • Com apoio dos patrícios, Sila tenta derrubar o governo de Mário, que se refugia na África e faz acordos, dando cargos para os aliados de Sila.
  • Mario é reeleito Consul enquanto Sila lidera o exército contra províncias rebeldes.
  • Mario morre e, diante da crise política, Sila é eleito ditador.
  • Sila amplia a cadeiras do Senado e põe fim aos cargos de tribuno da Plebe.
  • A morte de Sila devolveu ao Senado o poder político máximo de Roma.
  • O Senado estava diante de uma nova realidade, exército fortalecido junto com a plebe urbana.

Contexto
  • Senado enfraquecido após a morte do ditador Sila, pois demonstrava incapaz de resolver os problemas sociais, enquanto o exército estava fortalecido.
  • Crasso[1] e Pompeu[2] são eleitos cônsules.
  • Para firmarem o poder, os cônsules restituem o cargo de Tribuno da Plebe e os plebiscitos ganham força de lei.
  • O general Júlio César ganha importante destaque político por conquistar territórios na rica região da Gália[3].
  • Júlio César é eleito cônsul com amplo apoio popular devido as suas conquistas.
  • Crasso, Pompeu e Júlio César se unem para governar Roma.
  • As províncias são divididas entre os três.
Fim
  • Grasso morre numa fracassada campanha na Germânia, o episódio dá início a disputas pelo poder.
  • O Senado apoia Pompeu e lhe declara líder único.
  • Júlio César é intimado pelo Senado a dispensar o seu exército após ele conquistar a Gália e a jurar lealdade ao novo líder.
  • Júlio César se rebela e invade a península itálica com seu exército.
  • Pompeu e os senadores fogem, mas são perseguidos por Júlio César.
  • Com a oposição eliminada, Júlio César ocupa o cargo de Ditador.

JÚLIO CÉSAR

Ditadura
  • Centralização do poder nas mãos de Júlio César.
  • Criação do Calendário Juliano que deixava de seguir as fases lunares e seguia a solar.
  • Censo para redistribuir os cereais de modo mais justo e econômico.
  • Proibiu gastos com luxo no governo.
  • Favoreceu famílias numerosas por repovoarem a península itálica.
  • Reduziu a dívida da população em ¼.
  • Empregou vários cidadãos nas construções de obras públicas.
  • Tornou cidadão todo morador das províncias romanas.
  • Reorganizou a cobrança de impostos a fim de evitar corrupção.
  • Tentou implantar reforma agrária para os veteranos.
  • Colocou vários simpatizantes no Senado.
  • Unificou em si vários títulos de honraria e poder.
  • Promoveu cultos e festas para sua pessoa.
  • Os senadores Brutus[4] e Cássio conspiram contra Júlio César,
  • Foi morto por um complô de senadores que temiam seu poder crescente.

Consequências
·         Carismático entre a classe baixa e média, a morte de Júlio César desperta revolta entre a população por ter sido causada por um pequeno número de aristocratas.
·         Marco Antônio, amigo e segundo em comando do exército de César, tenta capitanear a fúria do povo para se tornar líder máximo.
·         Otávio[5], sobrinho neto de Júlio César, herda propriedades e títulos do tio, coibindo a ambição de Marco Antônio.
·         Brutus e Cássio fogem para a Grécia com a intenção de formarem um exército a fim de conquistar o poder em Roma.

SEGUNDO TRIUNVIRATO

  • Marco Antônio, Otávio e Lépito[6] se unem contra os conspiradores da morte de César.
  • Várias mortes políticas até vencerem a guerra contra os conspiradores.
  • O Segundo Triunvirato governa Roma.
  • Lépido é afastado do poder por Otávio.
  • Marco Antônio se alia a Cleópatra, rainha do Egito, contra Otávio.
  • Marco Antônio perde a guerra, Cleópatra se mata, o Egito é anexado a Roma e Otávio governa sozinho.

IMPÉRIO ROMANO
  • Otávio devolve o poder ao Senado e transfere aos governadores das províncias o poder militar.
  • Reforça as instituições republicanas e busca influenciar os senadores em vez de exercer poder despótico.
·         Otávio é aclamado Augusto[7] pelo Senado e depois Imperador[8].
·         Assume o nome do tio e passa a ser chamado de César[9] Otávio Augusto.
·         Pax Romana[10]: aculturação das províncias[11]; uso da força para manter a paz; distribuição de cargos públicos em troca de apoio das famílias influentes; benefícios a população mais pobre.
  • Política do Pão e circo[12] (panem et circenses): promoção de vários eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação da sociedade romana.
·         Após Otávio Augusto, os imperadores que o sucederam buscaram manter o poder com apoio popular.
·         A expansão do império por meio de conquistas exigia um forte contingente militar, o que ocasionava gastos excessivos.
  • Com as contas em desequilíbrio devido aos gastos militares e a sustentação do corpo burocrático, a moeda desvalorizou e os preços subiram.
  • Fim das guerras de conquistas e acordo com os povos fronteiriços para protegerem o império de invasores, diminuíram a demanda de escravos, o que diminuiu a produção.
  • Aumento de impostos para contornar a crise ampliou a pobreza da população.
  • Colonato: forçava os plebeus pobres a migrarem para o campo em troca de proteção, um lote de terra e parte da colheita.
  •  Ruralização: o colonato provocou êxodo rural, crise no comércio devido a escassez de mão de obra e ampliou a crise financeira.
  • Disputas pelo poder entre chefes militares e senadores enfraqueciam a administração[13].
  • Imperador Diocleciano divide o Império em quatro regiões[14] para uma melhor administração.
  • Perseguição aos cristãos[15] por Diocleciano que os acusavam de provocar os males do império por não venerarem o imperador.
  • Após a morte de Diocleciano, Constantino, com apoio dos cristãos assume o poder e unifica novamente a administração do império.
  • Édito de Milão: declaração de que o império seria neutro em relação a religião, o que colocou fim as perseguições aos cristãos.
  • Constantino, após consolidar seu poder, se torna cristão[16], o que incentiva vários influentes cidadãos a conversão.
  • Divisão do Império em: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente.
  • Constantinopla: a antiga cidade grega de Bizâncio foi escolhida e reformada por Constantino para ser sede da parte oriental do império e passou a se chamar Nova Roma. Após a morte do imperador, foi chamada de Constantinopla.
  • Ravena se torna capital da parte Ocidental e depois passa a ser Milão.
  • Imperador Teodósio torna o cristianismo a religião oficial de Roma.
  • Cristianização do exército: com vários soldados e centuriões se tornando cristão, houve muitas baixas.
  • Barbarização do exército: povos germânicos são incorporados ao exército.
  • Visigodos (povo germânico) invadem o império e saqueiam Roma para cobrar dívida de defesa das fronteiras.
  • Vândalos (povo germânico) realizam a segunda invasão e saqueiam violentamente Roma.
  • Hérulos (germânicos), sob o comando de Odoacro, invadem Roma e depõe o imperador Romulo Augusto.
  • Odoacro se proclama rei da Itália e manda ao imperador oriental as insígnias do imperador ocidental.
  • Fim do Império Romano do Ocidente. 



[1] Banqueiro e homem mais rico de Roma, se destacou no combate a Espartaco, embora quem tenha levado o mérito tenha sido Pompeu.
[2] General oriundo de uma rica família provincial.
[3] Atual França.
[4] Líder político conservador, militar e aristocrata de umas das famílias mais antigas de Roma, apoiou Pompeu contra César, mas foi perdoado.
[5] Ou Otaviano.
[6] Ex-consul, o general era homem de confiança de César.
[7] Status de um deus que deveria ser venerado.
[8] Líder máximo do exército.
[9] O nome de César passa a ser o título de imperador romano.
[10] Período de paz e prosperidade que existiu no Império Romano de 27 a.C até o ano 180 d.C e foi importante na manutenção do poder romano sobre as regiões que havia conquistado.
[11] Roma leva sua cultura e modo de vida aos povos conquistados,
[12] As autoridades acalmavam o povo com a a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro. A mais famosa foi o Coliseu. Construíram também velódromos para corridas de bigas, quadrigas e de cavalo. Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes "presentes" ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento.
[13] Roma teve num período de cinquenta anos dezoito imperadores, mortos por conspirações e disputas políticas.
[14] Tetrarquia, foi como ficou conhecido o governo onde Roma tinha quatro líderes.
[15] A primeira perseguição ocorreu quando os cristãs foram acusados de provocar um incêndio em Roma na época do Imperador Nero. Sob Diocleciano, ela retomou e se tornou uma forma de “diversão” para a sociedade.
[16] A conversão de Constantino consolidou a união do imperador com os cristãos, grupo crescente em Roma, principalmente entre os mais pobres. 




[1] Em algumas versões, foi Júpiter *Zeus, quem desposou a princesa).
[2] Rômulo queria chamar a cidade de “Roma” e fundá-la no monte Palatino, enquanto Remo desejava nomeá-la “Remora” e fundá-la no monte Aventino. Outra versão é que Remo tomou para si o monte Aventino depois de observar seis abutres sobrevoando o seu monte. Logo depois, Rômulo foi indicado como o abençoado dos deuses ao ter observado doze aves próximas ao monte Palatino. Depois que recebeu a distinta bênção das divindades, Rômulo cavou um sulco que separava seus domínios do seu irmão. Enciumado por aquela situação, Remo desconsiderou o marco criado pelo seu irmão e atravessou o território. Furioso com o comportamento desrespeitoso de Remo, Rômulo matou o irmão e enterrou o seu corpo nas terras do monte Aventino.
[3] De acordo com a definição de indo-europeu encontrada no Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “diz-se de ou indivíduo dos indo-europeus, povos originários das estepes da Ásia central ou dos planaltos iranianos (também chamados arianos) que, a partir do final do Neolítico, se expandiram para a Europa, Pérsia e península da Índia” ou “diz-se de ou tronco (chamado também por alguns de família) de línguas aparentadas, faladas em parte da Ásia e em grande parte da Europa”.
[4] ocorreu pela necessidade da busca por novas terras de cultivo. Os povos que viviam à margem da sociedade, submetidos à concentração da terra na mão de poucos, precisavam encontrar solos que fossem férteis para o cultivo para sua subsistência e expandiram-se em direção à Península Itálica e ao Mar Negro.
[5] Povos que viveram na região da Península Itálica. O período exato em que houve a ocupação não se sabe, mas acreditam que ela ocorreu por volta dos anos de 1200 a 700 a.C. A região cuja qual eles habitavam equivale o que é hoje a Toscana, com partes no Lácio e Umbria, na Itália. Foram muito influenciados pelos gregos, povo com o qual estabeleceram relações comerciais.
[6] O rei etrusco Lúcio Tarquínio Prisco ordenou a construção de um fórum pavimentado, de um estádio público (Circo Máximo) e de um magnífico sistema de esgotos, a Cloaca Máxima, considerada uma das maiores obras urbanísticas da Antiguidade. Também foi obra dos etruscos a construção das muralhas da colina. Os etruscos utilizaram em suas obras novos elementos, como o arco e a abóbada. Eles planejavam o território em torno de duas avenidas perpendiculares, uma que ia de norte a sul e outra que ia de leste a oeste, sistema que foi incorporado nas fundações romanas futuras.
[7] O mandato de um ano e a liderança dividida vem de encontro justamente com o medo que os romanos tinham de delegar poderes a apenas uma pessoa por um tempo muito longo, como era na Monarquia.
[8] Originariamente uma colônia fenícia no Norte da África, situada a leste do lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia, se tornou independente quando sua metrópole foi conquistada pelos persas. Com o tempo, Cartago se tornou uma potência marítima comercial, formando um império.
[9] Ganharam este nome, pois os romanos chamavam os cartagineses de púnicos (punici).
[10] Formado por dois magistrados (tribunos) representantes dos plebeus, que tinham o poder de vetar ou de se opor às decisões dos cônsules e do Senado que poderiam prejudicar a plebe. Caso uma decisão fosse vetada, não poderia mais ser colocada em prática. Em 471 a.C., o número de magistrados plebeus aumentou para dez. Sua função consistia também em receber as reclamações dos plebeus que se sentissem injustiçados, o que fazia com que suas casas ficassem abertas aos que os procuravam.
[11] Alguns historiadores dizem 70 mil e outros dizem 100 mil, mas o número mais citado é 120 mil