Apesar de terem tido pouco contato
com os livros na infância, 96% dos brasileiros consideram importante ou muito
importante o incentivo à leitura para crianças pequenas, de até 5 anos - mas
apenas 37% costumam ler livros ou histórias para elas. Esse é o resultado de
uma pesquisa da Fundação Itaú Social que será anunciada nesta terça-feira em
São Paulo.
Para o levantamento, o instituto
Datafolha ouviu, no início de agosto, 2.074 pessoas com mais de 16 anos de
idade em 133 municípios de todo o País. Os entrevistados também foram
questionados acerca de sua experiência pessoal de leitura, quando crianças,
além de seu atual hábito de leitura para crianças de seu círculo de
convivência.
“O nosso objetivo foi medir a
percepção sobre a importância da leitura para crianças pequenas, mas também o
envolvimento do adulto nessa tarefa”, afirma o vice-presidente da Fundação Itaú
Social, Antonio Matias. Ele conta que a pesquisa é uma das ações da campanha
que vê no estímulo à leitura uma oportunidade de mobilizar a sociedade para a
garantia dos direitos da criança e do adolescente.
“Lutamos por essa causa porque
muitos estudos já mostraram que a leitura na primeira infância pode ajudar
muito no desenvolvimento dessas crianças”, completa Matias.
Resultados
Os números da pesquisa mostram que
a população também compreende a importância. À pergunta “por quais razões você
acha importante incentivar as crianças de até 5 anos a ter gosto pela
leitura?”, as respostas foram consistentes: 54% citaram o desenvolvimento
intelectual e cultural, isto é, que a leitura deixa mais inteligente e ajuda a
desenvolver a capacidade de raciocínio, além de despertar a curiosidade.
Outros 36% acreditam que a leitura
na infância ajuda na formação educacional e na criação desse hábito. O
desempenho no mercado de trabalho é citado por apenas 10% dos entrevistados.
Apesar dessa consciência, menos da
metade (37%) costuma ler livros ou histórias para crianças. Um comportamento
que repete a mesma experiência que esses adultos tiveram na infância: 60% dos
entrevistados não tiveram experiência de leitura durante sua infância e
gostariam que alguém tivesse feito isso.
Na escolha por esse “mentor”, a
opção recai sobre a mãe. Se pudessem escolher quem eles gostariam que tivesse
lido para eles durante a infância, 44% dizem a mãe, 28% o pai e apenas 2% a
professora.
“Isso é bom, mas desde que se
transforme essa percepção em mobilização. Quanto mais um adulto se envolve,
mais ele se compromete com o processo de educação dos seus filhos e se torna
atuante na cobrança de uma escola pública de qualidade, que é a nossa causa
maior”, resume Matias.
Alheios
Na pesquisa, os 4% que acham “mais
ou menos importante” ou não veem razão para ler para crianças de até 5 anos
alegam que, nessa idade, elas não estão maduras o suficiente para a tarefa: são
muito novas e estão na idade de brincar. Para alguns, a prática seria “forçar a
mente da criança” ou poderia fazer com que os pequenos enjoassem de estudar
antes mesmo de entrar na escola.
Uma preocupação equivocada, explica
a gerente de projetos do Instituto do Pró-Livro, Zoara Failla. “A leitura
também é uma forma de brincar. A criança vai se divertir com as ilustrações e
com as pequenas frases que podem ser lidas pelo adulto. É um momento de
familiarização, de descoberta. Basta ver como os pequenos pedem a repetição de
uma boa história para ver como esse contato é lúdico.” As informações são do
jornal O Estado de S.Paulo.
Disponível em: http://br.noticias.yahoo.com/maioria-apoia-mas-s%C3%B3-37-leem-crian%C3%A7as-121200270.html, acessado em 2 de outubro de 2012.
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