Pode
muito bem vir das Forças Armadas um empurrão rápido na qualificação em
tecnologia da informação – cujo déficit de profissionais assusta o setor
privado. É certo que a Defesa atua primeiramente para cobrir sua própria
lacuna, mas vai começar a ganhar escala a transição tecnológica pelo qual
passam as três forças, conforme explicitado nesta quinta-feira, 25/10, durante
o 3º Seminário de Defesa Cibernética, do Ministério da Defesa.
Nacionalistas
por vocação e estratégia, os militares já começaram a mover fornecedores
brasileiros de equipamentos e serviços em TI – notadamente nos quase R$ 6
bilhões que o Exército investiu em um simulador de guerra cibernética, da
carioca Decatron (R$ 5,1 bi) e no anti-malware (R$ 800 mil) desenvolvido pela
Bluepex, de Campinas-SP. E há mais pela frente.
Mas
as mudanças também chegam às escolas e cursos preparatórios. “Os cursos da
Escola de Comunicações está sendo reformulado. Há novo conteúdo, com foco no
planejamento e utilização de TICs e segurança da informação, atendendo as
imposições do setor cibernético”, explica o comandante do Centro de Instrução
de Guerra Eletrônica, tenente-coronel Marcio Souza Fava.
Imposições,
inclusive, numéricas. A partir do próximo ano, o Exército dará início ao que
chamou de Curso de Capacitação em Massa, realizado totalmente à distância. O
norte é produzir futuros especialistas em defesa cibernética, mas não há como
fugir dos conteúdos de TICs, inclusive avançados. O curso, de 250 horas, começa
com um único módulo, de 90 alunos. “Mas no ano seguinte já vamos passar para 7
ou 8 módulos”, completa o tenente-coronel.
São
mais de 500 especialistas por ano – dos quais a tropa pretende selecionar a
nata – em apenas única iniciativa. Paralelamente segue a reformulação dos
cursos tradicionais e estágios, além de acordos com universidades federais. O
Exército está mais adiantado porque cabe a ele o vetor dessas mudanças – a
defesa cibernética –, mas Marinha e Força Aérea também se mexem.
Na
Marinha, única das três forças que não conta com um instituto tecnológico
associado, também há um novo desenho nas parcerias com universidades. Segundo o
contra-almirante Alípio Jorge da Silva, diretor de comunicação e TI da Marinha,
os conteúdos mais relevantes são em bancos de dados, ciência da computação,
criptografia e engenharia de software.
Já
na FAB, a transição tem um componente adicional. A Aeronáutica possui três
centros de computação – em São José dos Campos-SP, Rio de Janeiro e Brasília –
mas reconhece que as novas demandas vão além das capacidades da equipe. Por
isso, o plano é contratar a iniciativa privada para projetar, desenvolver,
testar, validar e dar manutenção às soluções definidas internamente.
“A
FAB tem grandes limitações de pessoal e a demanda de TI é imensa. Até há pouco,
sistemas corporativos eram desenvolvidos in house, mas na nova orientação,
serão todos contratados”, revela o brigadeiro Pedro Arthur Linhares, diretor de
TI da Força Aérea. “Só não podemos usar a terceirização em segurança da
informação e defesa cibernética, que serão os focos da nossa formação.”
Disponível em: http://br.educacao.yahoo.net/conteudo.aspx?titulo=Minist%C3%A9rio+da+Defesa+precisa+de+profissionais+de+TI, acessado em 31 de outubro de 2012.
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