quarta-feira, 15 de março de 2017

Sobre macacos, pipoca e os Joãos que dormem tranquilos

João gosta de ir ao zoológico com a família. No zoológico, João gosta de dar pipoca aos macacos. Ele sempre compra um pacote de pipoca do pipoqueiro que fica com seu carrinho no portão de entrada do zoológico. João não devia dar pipoca aos macacos, pois há uma placa dentro do zoológico alertando que não é para fazer isso. A placa não é direcionada especificamente para João e sim para qualquer um que frequenta o zoológico. João é um frequentador do zoológico, então o alerta da placa também serve para ele. Mesmo assim João dá pipoca aos macacos. Assim como a placa que alerta para não se dar pipoca aos macacos, João também viu a foto, que fica ao lado da placa, de um macaco com os dentes estragados por comer coisas, como pipoca, que os visitantes dão para eles. Mesmo assim João dá pipoca aos macacos toda vez que vai ao zoológico. João não dá a pipoca aos macacos por querer ser um transgressor da lei. Tão pouco João se considera um rebelde. Não, João se considera um cidadão de bem, um homem justo e honesto. João também não dá pipoca para os macacos por considerar que eles passem fome, ele sabe que eles são bem alimentados. Também não dá pipoca aos macacos para prejudicar os dentes deles. João é um homem que não deseja o mal aos animais. O que leva João a dar pipoca aos macacos é o simples fato de considerar que é fofo os bichinhos virem até sua mão pegar a pipoca para comer. João está certo, é fofo mesmo. Por isso João não vê nada demais em dar pipoca aos macacos. Mas João não está a fazer o bem aos macacos, pois vai estragar os dentes deles. Porém, a consciência de João está tranquila, pois não senti que faz um ato malvado ou prejudicial. João é um homem comum, assim como Jair, Marcos, José, Geraldo, Luís, Maria, Ana, Joana e tantos outros. João pode ser qualquer um entre milhões que se julgam uma pessoa de bem, mas que fazem o mal, mesmo sem terem consciência disto. Tais pessoas, assim como João, dormem tranquilas, o sono dos justos, sem a tormenta que prejudicam o outro, seja um macaco no zoológico que sofre com as cáries, sejam pessoas que sofrem com preconceitos, afinal, uma piada, uma brincadeira, uns tapas, uma grosseria, assim como uma pipoca, não faz mal a ninguém.

Prof. Fábio José de Oliveira

terça-feira, 14 de março de 2017

ORIENTAÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO DIÁRIO DE CLASSE

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PREFÁCIO

 Dentre vários instrumentos que materializam o fazer pedagógico explicitamente docente em sala de aula, o diário de classe apresenta-se como documento que, numa concepção dialética, tanto oportuniza como possibilita uma visualização dos currículos formal e real.[1]

O diário de classe é um documento oficial da Unidade Escolar e um instrumento de responsabilidade do professor com a finalidade de registrar e documentar a frequência e o aproveitamento individual do aluno regularmente matriculado e dos conteúdos ministrados durante os bimestres, além do desenvolvimento de projetos pedagógicos.

Seu preenchimento deve ser diário e contínuo. Devido à sua importância, deverá ser preenchido somente pelo professor de forma cuidadosa e receber o visto da Direção e da Coordenação ao fim de cada bimestre para garantir sua validade.

O diário de classe é um instrumento legal de registro do planejamento e do desenvolvimento das atividades pedagógicas do (a) professor (a) e das situações didáticas da vida escolar dos (as) estudantes, do acompanhamento das suas aprendizagens e do desempenho escolar. Portanto, é um importante documento administrativo e pedagógico, por isto devem ser seguidas rigorosamente as orientações da Direção e da Coordenação aqui presente.














OBSERVAÇÕES GERAIS

  • O diário de classe é um documento que deve ficar acondicionado no colégio, à disposição da equipe gestora.
  • Preencher de caneta esferográfica e nunca de lápis.
Não deixar os campos de frequência em branco.
A Direção dará visto no controle de frequência ao fim de cada bimestre.


  • Utilizar a mesma cor de caneta (azul ou preta) no preenchimento do diário de classe.
  • O professor deverá preencher diariamente a frequência escolar de seus alunos.
  • Não podem ter rasuras (corretivo); 
Caso seja necessária alguma retificação, esta deve ser rubricada e, no campo das observações, justificada – com a citação da página em que foi feita a retificação.


  • Não pode qualquer tipo de colagem no preenchimento do diário de classe (exceto lista de chamada).
Caso seja necessária alguma retificação, esta deve ser rubricada e, no campo das observações, justificada – com a citação da página em que foi feita a retificação.

  • Todos os campos em branco deverão ser anulados.
  • As disciplinas que são desmembradas (Língua Portuguesa/Literatura; Língua Portuguesa/Literatura/Redação), embora possua cada parte seu diário de classe, devem ter a mesma média em cada bimestre.

QUADRO 1 – CAPA
Destinada a identificação do ano, escola, professor(a), componente curricular, série/ano, turma, turno.

  • A capa do diário de classe somente poderá ser encapada com papel ou plástico transparente após o preenchimento dos itens:
a. Identificação da Escola (nome da escola ou colégio);
b. Curso – Ensino Infantil, Educação Básica I, Educação Básica II ou Ensino Médio;
c.  Componente Curricular – (Disciplina ministrada);
d.  Ano – (vigente);
e.  Turno – 1 (manhã) ou 3 (tarde);
f.  Grau – (Ensino Infantil, Educação Básica I, Educação Básica II) ou (Ensino Médio);
g.  Série;
h.  Turma.

QUADRO 2 – CURSO E COMPONENTE CURRICULAR
  • Repetir a informação do curso e componente curricular presente na capa.
  • Colocar o código da disciplina:
a)      Arte – 00450;
b)      Biologia – 06348;
c)      Ciência – 00140;
d)      Educação Física – 05290;
e)      Filosofia – 05551;
f)      Física – 00565;
g)      Geografia – 03128;
h)      História – 05162;
i)      Inglês – 01119;
j)      Língua Portuguesa (Ensino Fundamental) – 00012;
k)     Língua Portuguesa e Literatura (Ensino Médio) – 05277;
l)      Matemática – 00784;
m)      Química – 0091;
n)      Sociologia – 04571.
Ensino Fundamental I, registrar o nome de todos os componentes curriculares.


CAMPO 3
  • Repetir os dados presentes na capa sobre a identificação da classe.

CAMPO 4 – NOME DOS ALUNOS
  • Relacionar o nome completo dos alunos, sem abreviaturas; de acordo com a listagem fornecida pela secretaria do Colégio.
  • Os alunos matriculados no decorrer do ano deverão seguir na lista de chamada a ordem numérica de preenchimento na caderneta de acordo com a lista piloto.
  • Colocar a data de ingresso dos alunos matriculados após o início das aulas na frente do nome.
  • Quando for o caso, registrar na frente do nome do aluno T para quando for transferido, REM para quando for remanejado de sala e AB para quando der abandono.
  • Colocar a data de transferência ou remanejo do aluno na frente do nome quando for o caso.
A lista de nomes pode ser colada.

CAMPO 5 – FREQUÊNCIA DOS ALUNOS
Frequência anual do(a) Aluno (a) Competência do(a) Secretário(a). O cálculo do percentual de frequência anual deve ser realizado pela secretaria da escola e anotado na ficha individual do(a) aluno (a).
Para os (as) alunos (as) com faltas consecutivas, deverá ser feita a comunicação à Equipe Gestora, que deverá adotar as seguintes providências, em consonância com a LDB nº 9.394/96, Artigo 12, Incisos VII e VIII:
- Contatar os pais/responsáveis, conforme o caso pedir por escrito a justificativa das faltas;
- Não conseguindo o contato, enviar carta registrada aos pais/responsáveis;
- Comunicar por escrito ao Conselho Tutelar;
 - Comunicar por escrito ao Ministério Público – Promotoria de Educação

  • Completar o ano e informar o bimestre.
  • Registrar o mês correspondente.
  • Registrar somente os dias letivos e atividades suspensas previstas no calendário.
  • Quando houver mais de uma aula no dia, registrar as duas.
Nos dias letivos que compensam as atividades suspensas, deverá constar nas colunas o evento realizado.

  • No registro da frequência, utilizar a letra C, que compareceu, nos campos para presença e F para falta dos alunos.
  • Aluno transferido ou remanejado para outra sala, passar um traço até o final de todos os campos.
  • No campo OBSERVAÇÕES, registrar as ocorrências como festas, atividades programadas, Reunião Pedagógica etc.

CAMPO 6 – RESUMO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
  • O conteúdo programático bimestral do diário de classe deverá estar de acordo com o Plano de Ensino e semanário do professor entregue para a Coordenação Pedagógica no início do ano letivo.
No fim de cada bimestre o Coordenador Pedagógico dará visto no conteúdo programático bimestral.

  • Todas as atividades que compõe a avaliação devem ser registradas.
  • Registrar no final:
A recuperação continua foi realizada sistematicamente no decorrer das aulas, retomando os conteúdos sempre que necessários, além de um plantão realizado fora da grade horária antes da prova bimestral, afim de que todas as competências e habilidades fossem atingidas.


CAMPO 7 – AVALIAÇÃO

Registrar todas as avaliações que acontecem, no campo 7 e se necessário utilizar as páginas no final do diário em anotações. Esta orientação vale também para os conteúdos programáticos dados. Lembrar de registrar sempre as recuperações contínua e paralela.

  • Registrar o tipo de avaliação (provas, trabalho, atividade, seminário etc.).
  • Registrar o valor (nota) de cada item que compõe a avaliação e como se obteve a média aritmética.
Não registrar “ponto positivo”, “ponto negativo” ou similares.

  • Registrar com asterisco (*) no lugar da nota quando o aluno deixou de fazer uma atividade e especificar qual foi a atividade
  • A nota que compõe a média final do bimestre vai de 0,00 a 10,00, em somatórias de 0,50.
  • Registrar o total de faltas durante o bimestre.
  • O item AUSENCIAS COMPENSADAS é para quando o aluno não atinge 75% de frequência no bimestre. Nesse caso ele deve fazer atividade de compensação no bimestre seguinte.

CAMPO 8
  • Registrar o nome do professor.
  • Assinatura do professor.

CAMPO 9
  • Registrar o número de dias letivos e dados (Ensino Fundamental I) ou aulas previstas e dadas (Ensino Fundamental II e Médio) conforme o calendário escolar.

CAMPO 10 – ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DO RENDIMENTO ESCOLAR
  • Usar para registrar avaliações, recuperações e outras atividades que o professor considere importante anotar para um melhor esclarecimento da situação acadêmica do aluno.

CAMPO 11 – GENERALIDADES
Todo e qualquer registro é importante fazê-lo, evitando no entanto assuntos particulares de aluno, poupando-o de situações constrangedoras. Neste caso conversar diretamente com a coordenação pedagógica ou direção do colégio.

  • Registrar quando o aluno:
a) Apresentar comportamento indisciplinar.
b)Não realizar tarefa em sala de aula ou fazê-la incompleta.
c)Não entregar atividade ou entregá-la parcialmente.
d)Não trazer o material de uso pedagógico (livro, régua, compasso etc.) cuja falta pode prejudicar seu estudo.

Registrar data, nome completo e o número de chamada do aluno.
O registro de ocorrência no campo 11 NÃO DISPENSA o registro no caderno de ocorrência da sala de aula.



CAMPO 12 – RESERVADO PARA EDUCAÇÃO FÍSICA
  • Registrar, além dos dados dispostos, a entrega de atestado médico que impeça ou limita a prática de atividade física.


Contemplação da pateticidade de certos seres!


Tem horas que fico a pensar, afinal, ainda não há um imposto sobre isso.

É bom, me faz sentir especial as vezes. Me sinto superior aos demais animais, aqueles que são classificados como irracionais. Lembro da minha infância, quando a tia da escola ensinou que o homem é um animal racional. Uau! Uma lição incrível, emocionante! Todo aquele sentimento de superioridade!

Meus pensamentos me conduzem a mundos imaginários, a realidades alternativas, a desejos secretos e a diálogos intermináveis comigo mesmo. É bom conversar comigo mesmo, gosto de um bom bate papo inteligente, sem a presença de gente ignorante, daquelas que nem desenhando entendem o óbvio. Sabe, aquelas pessoas que nos faz duvidar que a ideia de que o ser humano é racional seja uma regra válida. Passamos a acreditar que é apenas uma falácia.

Por falar nesse tipo de gente, fico pasmado com a incrível quantidade de pessoas que se julgam politicamente corretas e ainda com o direito divino de sentenciar quem lhe é diferente.

Tais pessoas não se preocupam em se auto examinar, observar seus defeitos, mas são enlouquecidas em apontar para o outro, salientar o que está errado (ou ao menos considera estar) e diminuir ou mesmo ignorar as qualidades. Muitas vezes nem se preocupam em conhecer o condenado, apenas se contentam no pouco que conhecem. Nem mesmo querem saber o que houve, apenas observam superficialmente a situação para terem no que se deleitar na sua cruel sentença.

Qual a necessidade disso? Como uma alma pode ser tão miserável ao ponto de se dedicar a promover o mal do outro?

Incrível! Podiam se sentar com a pessoa, buscar conhecer sua vida, se alegrar com suas alegrias e a consolar em suas mágoas e vice-versa. Mas não! Preferem a companhia dos que também são mesquinhos, aqueles com a alma tão miserável quanto a sua.

Não há amizade! Há apenas a união por interesse, no caso, o de prejudicar quem busca viver sua própria vida, sem levar o mal para quem está a sua volta.

Qual o propósito, a razão de viver de pessoas assim?


Sinceramente não sei a resposta. Não consigo visualizar uma lógica, uma razão para isso. Nem mesmo apelando para a minha imaginação. 

Só lamento tal existência vazia e ridícula. 

Prof. Fábio José

quinta-feira, 9 de março de 2017

Sobre baboseiras e liberdade

Sem nada para fazer, fico enérgico no meu sofá cujo o estofado já se tornou um molde de minha bela forma física. Com meus belos e esverdeados olhos contemplo as teias de aranha no teto até que em minha mente ocorre um turbilhão de ideias sobre o que li no jornal que encontrei na lixeira do vizinho e fico a refletir sobre a atitude dos membros da Comissão de Constituição e Justiça do nosso senado em tornarem lei a união entre pessoas do mesmo sexo, um ato até banal uma vez que, por decisão da nossa suprema corte, já ser reconhecido em razão de que nossa sociedade é, pelo menos por lei, justa, dando a todos os mesmos direitos.

Uma reação raivosa já pode ser ouvida oriunda do congresso, como a de um bugrino perante um pontepretanto ao sofrer uma goleada. Em ambos os casos, por mais banal que seja o fato, a reação é sempre desproporcional e violenta, um ato de impulso selvagem e negação do racional.

Incrível! O tempo passa e o intelecto regressa!

Sempre os mesmos e velhos argumentos. Imutáveis! O que muda é sempre o rosnar, cada vez mais ameaçador, mostrando os dentes a salivar. Isso quanto já não mordem.

“Não é natural”, bradam! Como se o ser humano fosse natural. Vivemos num mundo criado por nós, um mundo humano. Abandonamos a natureza desde que passamos a usar ferramentas para facilitar o nosso trabalho, superando nossas limitações animais. Um cachorro não faz escola para ser cachorro, mas nós sim. Temos que passar por um processo educacional para formarmos o nosso ser, nos tornarmos humanos. Um cachorro também não tem sonhos, não fica a pensar se quer ser um cão de guarda ou um cachorro de madame, mas nós sim, sonhamos e nos preocupamos com o que seremos no futuro. Um cachorro deita e dorme, já nós construímos casa e a arrumamos do nosso jeito, cheia de significados. Um cachorro não se preocupa se seu pelo está bem aparado, se precisa passar condicionador ou com que roupa sairá, porém nós gastamos dinheiro com cabeleireiro, gel, shampoo e perdemos horas decidindo como queremos o nosso cabelo e com que roupa iremos sair. Um cachorro late e nós desenvolvemos a fala e como ela compomos poemas, músicas e óperas, escrevemos livros, cartas de amor, cobrança e nos comunicamos de forma complexa. Logo, o que é natural em nós? Vivemos num mundo não natural, em um que nós criamos e o qual moldamos e somos moldados.

Além do mais, o que é mais natural do que um animal selvagem vivendo no seu meio ambiente, livre a interferência do ser humano? Pois é, mesmo nessa situação há animais que praticam sexo entre seu semelhante sexual, transam com um outro da sua espécie e do mesmo sexo. Chocante? Não! Natural. Tio Google está aí para quem desejar confirmar.

“Mas nós não somos animais, somos racionais! ” Errado e certo. Errado por nós sermos animais, pois pertencemos ao reino animal e não dos vegetais e nem dos minerais. Certo por sermos racionais, embora alguns parecem negar tal fato. Afinal, o que há de racional em sentir atração por alguém? Não escolhemos por quem nos apaixonar, simplesmente acontece. Buft! Num simples olhar e lá estamos nós, babando por alguém, nossa alma gêmea, a metade da laranja, a razão de viver. Daí se junta o bonito com o feio, o novo com o velho, o gordo com o magro, o delicado com o bronco. Só não o rico com o pobre, neste caso tal fenômeno só ocorre quando a parte rica é oposta a pobre, sendo ela sempre a feia, velha, gorda e bronca. O se apaixonar é espontâneo, assim como o ato sexual é prazeroso. O que há de racional em virar os olhos, morder os lábios e gemer? Fazemos por prazer, é um ato que exige os nossos sentidos e não a nossa razão.

“Dois iguais não se reproduzem! ” Verdade, mas podem adotar aquilo que dois diferentes geraram e dispensaram. Considerando tal argumento como válido, temos que aplica-lo como regra geral, o que significa que todos aqueles que se unem ou apenas trazem devem se reproduzir. Logo, não podemos aceitar que dois diferentes se casem ou vão morar juntos se não forem ter filhos. Assim, temos que submeter os seres apaixonados e diferentes a um teste de fertilidade antes de juntarem os trapos. Não adianta ficar duro ou úmido se a semente é seca. Há também a questão dos preservativos, se o sexo é para fim reprodutivo, eles não deveriam ser considerados um crime e proibidos?

Fazemos sexo pelo prazer, pelo fato de ser gostoso, a reprodução é uma consequência. Logo, não há um argumento que sustente que o fato de dois iguais não se reproduzirem como um impedimento de se unirem.
“Nascemos homem ou mulher, se fosse para sermos diferentes haveria outra opção”!  Opção? Então temos a capacidade de escolhermos o que queremos ser, como fica se um homem escolhe ser mulher e vice-versa? Nesse caso não pode haver opção? Que raios de opção é essa em que só podemos escolher o que nos é imposto? Parece uma lógica de mãe, que manda a gente escolher entre duas roupas que ele escolheu ou entre uma surra e a obediência plena. Não é uma questão de escolha e sim de ser o que é, seguir seus instintos e desejos.

“Nascemos homem ou mulher e devemos ser o que nascemos para ser”! Na verdade não nascemos homem ou mulher, nascemos macho ou fêmea, seres definidos pela biologia. Ser homem ou ser mulher são ideias construídas por nós. O que é natural é imutável por si só na sua essência, já a ideia, por ser fruto do ser humano, muda, é moldada de acordo com o meio ambiente e se transforma com o tempo. Quem nunca escutou alguém mais velho dizer: no meu tempo isso não era coisa de homem!; No meu tempo mulher não fazia essas coisas! Tem cabelo cumprido, é homem ou mulher? Faz as unhas, é homem ou mulher? Chora, é romântico, é homem ou mulher?

A ideia é construída por nós, reproduzimos o que vemos e seguimos a doutrinação que temos na infância, aquela que nos faz entrar numa loja de brinquedos e ver que há próprios para as meninas e meninos. Em geral para as meninas os brinquedos remetem aos cuidados da casa (eletrodomésticos), da família (bebes que comem, mamam e que temos que trocar a frauda) ou consigo mesma, no sentido de que sempre devem estar bonitas para o homem (e lá estão as Barbie e Polly). Quando vamos comprar para um menino já é diferente, tem a nossa disposição brinquedos que remetem a força (esporte, como bola), bélico (armas), riqueza e ostentação (carrinhos). A criança passa toda infância a brincar de forma orientada, então não é novidade que ela passe a reproduzir isso quando adulta e até mesmo considerar normal, não por ser, mas sim por estar acostumada.   

Sim, pode contestar o que digo. Não há problema. O pensar se constrói no diálogo, mesmo quando estamos sozinhos conversamos conosco mesmo. Mas antes se dedique a pensar num bebezinho, antes de aprender a brincar de forma orientada. Ele vai brincar com qualquer coisa, os meus brincaram com latas de conserva, panelas, controle remoto, cabo de vassoura e qualquer objeto que lhe chamasse atenção. Um menino pode sim brincar com uma boneca e vai, a menos que você retire da sua mão dizendo “menino não brinca de boneca”. Pensou sobre isso? Agora pense: o que é ser homem? O que é ser mulher? Caso consiga criar uma definição, compare-a com a de outra pessoa e venha me contar se chegou a uma definição válida.

“Deus condena o homossexual”.  Na verdade a condenação é contra o homossexualismo, a prática e não contra a pessoa. Mas não importa, a questão é que se trata de uma visão que se fecha numa determinada crença. Logo, como fica quem não a segue? Quem não crê nela? As religiões exigem crenças e estas são pessoais, só valem para o indivíduo que crê. Como então impor algo particular de uma pessoa para a outra? É o mesmo que eu amar minha mãe e impor para alguém que também a ame. Para mim tem significado, para o outro não faz o menor sentido.

Sem contarmos que a crença cristã tem mais ramificações que um velho pinheiro, com cada uma dizendo que está certo. Como nos basear em algo tão incoerente e particular para criarmos uma regra universal para a sociedade?

Cada um deve seguir firme na sua crença, se ela condena a relação entre pessoas do mesmo sexo, um conselho do tio aqui, não faça sexo com quem tem o mesmo sexo que você! Pregar que é contra? Claro que pode, vivemos numa democracia! Agora, querer se meter na virada de olhos do vizinho já demais.

“Com a aprovação do casamento gay as igrejas serão obrigadas a aceitarem, pois podem ser acusadas de discriminação” KKKKKKKKKKK!!! Quanta asneira! No Brasil a liberdade de culto é garantida na nossa Magna Carta. Você não é obrigado a se ajoelhar para esse ou aquele deus, a ter essa ou aquela crença. Uma pessoa que vai numa igreja que não permite a união entre pessoas do mesmo sexo, não pode exigir que ela realize tal união. As religiões são constituídas de pessoas, as quais tem liberdade de culto, logo, cada religião tem liberdade de formar a sua crença. Quando você escolhe uma tem que ver as regras primeiro e procurar a que melhor lhe agrada.

“É coisa da minoria gay”! E daí que se trata de uma minoria? Por acaso vivemos numa ditadura da maioria? Por acaso onde há uma maioria de mulheres o homem deve urinar sentado? Democracia é respeitar o diferente. Não se trata de impor a vontade de poucos sobre os demais. Isso é uma tremenda falácia. Com a união homoafetiva ninguém será obrigado a se casar com outra do mesmo sexo. Também não haverá o risco de alguém terminar o casamento hétero  para se casar num homoafetivo. Com ou sem lei pessoas do mesmo sexo transam, namoram e moram juntas, não é por haver o reconhecimento legal que teremos vários arrependidos por aí.
“Vão querer adotar e a criança ficará confusa e passará por constrangimento”. Olhemos a nossa volta. Que família contemplamos? Hoje as famílias são formadas por pessoas divorciadas que se casam novamente, de filhos que são criados por padrasto ou madrasta, irmãos de pai ou mão diferente, mãe ou pais solteiros, netos cuja a avó ou o avô são referência de paternidade. Isso quando não há o abandono ou o desprezo em casa.

O que realmente importa para uma família é o amor ou a aparência? Muitos casos de pedofilia são praticados por um pai com seu filho ou filha. Por qual razão então não demonizamos essa estrutura familiar? Não fazemos por ser exceção e não regra. Todos sabemos e concordamos que numa família deve imperar o amor fraterno entre seus membros e por qual razão homossexuais não são capazes disto?

Fico a ver muitos alunos que precisam de um acompanhamento psicológico por problemas familiares e imagino quantos me passam desapercebidos. Mas para algumas pessoas apenas um filho de um homossexual precisará disso.

Quanto ao constrangimento, bullying ocorre a muito tempo de várias formas e sobre os mais diversos motivos, daí a necessidade de um trabalho educacional e de conscientização.

Enfim, na minha opinião cada um deve ser feliz como é! Seguir seus desejos, buscar sua plenitude sem se importar em ser o que o outro deseja que seja.

Não podemos impor nossa vontade para outro, já que não queremos e nem aceitaremos que o outro faça o mesmo conosco.

Cada um que cuide do próprio rabo!

Prof. Fábio José

quinta-feira, 2 de março de 2017

CONSIDERAÇÕES SOBRE A AUTENDICIDADE DO SER

 Devermos ser nós mesmos sempre! Mudar sim, pois temos que evoluir, como um Pokémon que muda para enfrentar novos e maiores desafios, mas sem os poderes legais (infelizmente!).

  Temos que mudar para sermos melhor diante de uma realidade que está em constante transformação, tanto tecnológica como social. Não ser nós mesmos é mudar quem somos para agradar o outro, para contentarmos a uma planificação social que nos molda em estereótipos. Nunca é para nos agradar, pois somos felizes na medida que somos livres.


  Temos que nos apreciar, como um enófilo faz com um vinho de uma excelente safra ou como o trabalhador faz com a cerveja estupidamente gelada na sexta-feira após o expediente. Afinal, somos a soma dos nossos erros, acertos, escolhas, sinistros, realizações, frustrações... enfim, somos o resultado da soma de tudo que vivemos e vivenciamos. Assim, não sermos nós mesmos é negar o que vivemos, é não apreciar toda a nossa existência até o momento presente. Isso é o mesmo que considerar que nada valeu a pena. 

Prof. Fábio José

PONTO DE VISTA

Enxergamos o mundo que nos rodeia não pelos nossos olhos, eles apenas captam imagens, das quais muitas são ilusões ou distorções, seja nossa seja de outro. Nós enxergamos o mundo pela nossa alma, que é, segundo os gregos antigos, o nosso princípio, o que nos move, nossa razão de viver. Portanto, não há razão de vermos o mal em cada ser, em cada ato, em tudo que existe, se não é isto que nos move.

Prof. Fábio José