Não há problema de se posicionar
de um lado ou de outro na política ou levantar esta, essa ou aquela bandeira. A
realidade é sempre vista a partir da visão do observador e este a vê de acordo
com suas ideias. Uma vez que a democracia garante a coexistência de ideias
diferentes e não a ditadura da maioria, não há problema algum nisso. Aliás, são
as diferenças que fomentam um debate construtivo. É na oposição de uma ideia
que reafirmamos a nossa com argumentos mais sólidos ou mudamos de opinião perante
o exposto.
Porém, ao passarmos as vistas na
sociedade brasileira, podemos observar que temos em nossa sociedade direitistas
que desconhecem o pensamento de Adam Smith, que nunca leram ou ouviram falar de
Ayn Rand, só estudaram os governos Reagan ou Thatcher no Ensino Médio e desconhecem
o que é o Consenso de Washington; também há os esquerdista que nunca leram o
Manifesto Comunista de Marx e Engels ou alguma obra de Rosa de Luxemburgo ou
Trotsky; temos aquelas que mostram os peitos e bradam ser feministas sem nunca
ter lido Simone de Beauvoir ou Michel Foucault; palpiteiros sobre educação que
criticam Paulo Freire sem conhecer sua proposta educacional; em cada canto um
crítico de arte que nunca entrou num museu, a não ser nas excursões da escola, que
não sabe que estética é um termo filosófico e jamais leu Adorno ou Humberto
Eco. Traduzindo, temos uma sociedade onde não há posição ideológica e sim associação
em torno de modinhas.
Cômico, no mínimo, ver que as
posições políticas dos cidadãos da República Tupiniquim são baseadas em
conveniência, achismo ou mesmo imagens com frases legais nas redes sociais.
Prof. Fábio José
2 comentários:
Você determina que uma conclusão é "modinha" com base em que obras a pessoa leu sobre o assunto? Isso é suficiente?
A questão meu caro Henrique Souza é ter base para poder ter um conhecimento válido. As obras que eu citei são básicas dentro das doutrinas mencionadas e muitos que se dizem seguidores delas muitas vezes nem ouviu falar. Vivemos numa sociedade do ouvi dizer, o que gera achismo e não conhecimento em si, daí tantos estremos, tanta intolerância.É como o garoto que quer ser roqueiro e já sai usando roupa preta e pregando devoção ao demônio, simplesmente por ter dito a impressão de que é assim.
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