A educação em terra tupiniquim está tão desvalorizada que qualquer um se sente doutor em educação e vê o professor como um péssimo profissional que nada sabe. Daí o contingente de críticos educacionais que querem se impor aos verdadeiros, formados e experientes profissionais do ramo
Vira e mexe os bons cidadãos de
bem, doutores em educação certificados no achismo e defensores da moral e dos
bons costumes da família tradicional brasileira (a qual nem o IBGE e nem os
historiadores conseguem identificar), bradam a defesa da escola sem partido.
Lutam contra os nefastos
professores marxistas que infestam as escolas públicas com ideias esquerdistas
a favor do PT, PC do B, MST, CUT, que ser viado é ser legal, que criança tem o
direito de escolher se quer ser menino ou menina, que bandido pobre é apenas
uma vítima da sociedade, que os programas sociais que sustentam vagabundos e as
cotas para os pretos são políticas boas e justas e que toda a desgraça social é
oriunda dos ricos.
Porém, essas pessoas são em geral
adultos que não possuem filho; cidadãos alienados que nem fazem ideia do que a
proposta significa em si, apenas querem uma solução fácil, rápida e mágica para
os problemas sociais; políticos oportunistas que não se preocupam com o bem público e sim em vantagens eleitorais; pais que não abrem o caderno do filho para verificar se
está em dia com a lição e nem o ajuda a estudar, que fazem da escola depósito
de crianças e jovens e se desesperam com férias escolares por não saberem o que
fazer com a cria, que não colocam limites no filho e culpa a escola não
conseguir educa-lo ou se eximem de culpa pelo abandono afetivo o defendendo
contra qualquer reclamação ou crítica que o professor possa fazer. Isso quando
não tem o filho estudando num colégio particular, o qual não é alvo da
proposta.
O mais engraçado é que a proposta
de escola sem partido é focada nas escolas públicas e não nas particulares. A
graça consiste no fato que instituições de ensino particulares agem de acordo
com o mercado, cobram de acordo com a qualidade que oferecem, daí devem
apresentar bons índices de aprovação em vestibulares, vestibulinhos e até mesmo
no ENEM para serem valorizadas. Para tanto, se faz necessário que seu aluno
seja crítico, capaz de fazer reflexões, de construir argumentos válidos e o
único caminho para se conseguir tal façanha ´é justamente fomentando o espírito
crítico. Daí não há espaço para uma escola que veta a criticidade de um aluno.
Mais um episódio da nossa sociedade boçal, incoerente e hipócrita!
Prof. Fábio José
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