Sísifo é um personagem da mitologia grega, um homem condenado
a rolar para o alto de uma montanha uma enorme rocha. O árduo trabalho lhe
consome um dia inteiro. No fim, quando a carrega até o topo, ela rola para
baixo, o obrigando a reiniciar a sua jornada no dia seguinte e assim vai, dia
após dia numa interminável agonia de um ato que nunca se consome, apenas lhe
exige mais.
Esse mito nos transmite o que é o trabalho para o grego, um
pesado fardo. Me apodero dessa história para refletir sobre a questão do
trabalho nos idos atuais.
O trabalho em si não é uma prisão com castigos constantes.
Tudo depende de quem o exerce. Quando, a exemplo do herói errante, ele é
imposto, sim, é um pesado fardo. Mas quando é fruto da livre escolha se torna a
extensão de nós.
Deixa o Tio Filó explicar melhor, quando não se tem uma
profissão, a qual exige estudo (formal ou informal), dedicação e afinidade, a
pessoa deve se contentar com o que aparece em termos de emprego. Não faz
escolhas, apenas se agarra as oportunidades. É aquele sujeito que hoje é
porteiro, amanhã é faxineiro, depois auxiliar de escritório, telefonista,
garçom e motorista do UBER. Esse tipo de pessoa não exerce a sua liberdade de
escolha, ou aceita ou vai ficar desempregado. E, a liberdade, é uma
caraterística da nossa humanidade, pois somente um ser com consciência, o que
exige racionalidade, é capaz de ter e exerce-la.
Um pássaro no céu é bonito de se ver e até pode simbolizar a
liberdade. Mas o pássaro, como animal irracional, não faz escolhas, não voa
para onde der na telha. Ele segue seus instintos em busca de comida, morada e
acasalamento. Ser livre é fazer escolhas por si só, de forma autônoma e não
heteronômica, o que implica em pensar pela razão, sabendo, assim, avaliar as
situações e suas consequência. Tomando como rumo o que demonstra ser o melhor
caminho. Para isso se faz necessário ter conhecimento.
Eis o que é profissão. É uma escolha voluntária do sujeito, o
qual, por meio do conhecimento, se identificou com uma área de conhecimento e
sua vontade natural de aprender fez com que se aprofundasse nela. Ele vai
querer saber sempre mais e, assim, se tornará constantemente um aprendiz, o que
lhe sempre o tornará apito naquilo que escolheu exercer.
Ter uma profissão é, portanto, mais que um trabalho em troca
de salário, é uma realização pessoa e exploração da capacidade humana do
sujeito. Por isso ele será feliz no que faz, independente da valorização social
que tiver o ofício.
Prof. Fábio José
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