quinta-feira, 7 de junho de 2018

Qual o limite da liberdade de expressão?


   

   
   Stuart Mill, filósofo e economista inglês, certo dia se pôs a pensar sobre a liberdade individual. Para ele temos o direito de nos manifestar, expressar a nossa opinião sobre todo e qualquer assunto. Porém, ressalva que isso não implica colocá-la em prática.

   Materializar nossa opinião em atos só deve ocorrer se o único a correr risco seja o próprio autor. Assim, o filósofo da terra de James Bond apela para o bom senso do ser humano para avaliar se colocar em prática a sua opinião não acarretará no mal alheio e, caso sim, não faça em respeito à liberdade e o bem-estar do outro. É um apelo ao altruísmo e a racionalidade, afinal, o sujeito deve inibir suas paixões pelo bem comum. Um exemplo do que estou a escrever é quando se deseja (opine) que alguém deva morrer ou sofrer. É apenas a manifestação verbal do que se pensa, bem diferente de pôr em prática, ir e matar ou provocar o sofrimento do outro. No caso, não se faz por falta de coragem ou temer ser punido, mas sim por ter consciência que não temos o direito de fazer o mal ao nosso semelhante. Porém, quando o bom-senso falha ou não consta na alma do cidadão, cabe aos demais membros da sociedade agirem para impedi-lo, contendo o seu ato antes que possa acusar o mal. Resumindo nas palavras de Stuard Mill: “a liberdade do indivíduo deve ser limitada dessa maneira; ele não deve tornar a si mesmo um problema para as outras pessoas. ”

   Fico com a esperança de que, para aqueles cujo os valores éticos não lhe impedem de agir como uma besta selvagem, haja leis, autoridades e, acima de tudo, pessoas virtuosas que os impeçam, mesmo que o alvo não sejam elas. Afinal, não é necessário que o mal seja comigo para me importar com o que aflige o outro, pois somos humanos na medida que nos relacionamos com nosso semelhante, reconhecendo no semblante de cada um os mesmos valores e capacidades que nos fazem demasiadamente humanos.


Prof. Fábio José



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