Stuart Mill, filósofo e economista inglês, certo dia se pôs a
pensar sobre a liberdade individual. Para ele temos o direito de nos
manifestar, expressar a nossa opinião sobre todo e qualquer assunto. Porém,
ressalva que isso não implica colocá-la em prática.
Materializar nossa opinião em atos só deve ocorrer se o único
a correr risco seja o próprio autor. Assim, o filósofo da terra de James Bond
apela para o bom senso do ser humano para avaliar se colocar em prática a sua
opinião não acarretará no mal alheio e, caso sim, não faça em respeito à
liberdade e o bem-estar do outro. É um apelo ao altruísmo e a racionalidade,
afinal, o sujeito deve inibir suas paixões pelo bem comum. Um exemplo do que
estou a escrever é quando se deseja (opine) que alguém deva morrer ou sofrer. É
apenas a manifestação verbal do que se pensa, bem diferente de pôr em prática,
ir e matar ou provocar o sofrimento do outro. No caso, não se faz por falta de
coragem ou temer ser punido, mas sim por ter consciência que não temos o
direito de fazer o mal ao nosso semelhante. Porém, quando o bom-senso falha ou
não consta na alma do cidadão, cabe aos demais membros da sociedade agirem para
impedi-lo, contendo o seu ato antes que possa acusar o mal. Resumindo nas
palavras de Stuard Mill: “a liberdade do indivíduo deve ser limitada dessa
maneira; ele não deve tornar a si mesmo um problema para as outras pessoas. ”
Fico com a esperança de que, para aqueles cujo os valores
éticos não lhe impedem de agir como uma besta selvagem, haja leis, autoridades
e, acima de tudo, pessoas virtuosas que os impeçam, mesmo que o alvo não sejam
elas. Afinal, não é necessário que o mal seja comigo para me importar com o que
aflige o outro, pois somos humanos na medida que nos relacionamos com nosso
semelhante, reconhecendo no semblante de cada um os mesmos valores e
capacidades que nos fazem demasiadamente humanos.
Prof. Fábio José
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