sexta-feira, 15 de junho de 2018

LULA 2018?


A decisão se Lula deve ou não concorrer nas eleições 2018 para a presidência é uma decisão que deve obedecer aos critérios técnicos, sem interferência de uma ideologia ou ideal. 

Sua defesa alega inocência, que tudo não passa de um plano para lhe tirar das eleições. Caso seja isso uma verdade, é um absurdo que deve ser combatido, independente se achamos ele culpado ou não, se gostamos dele ou não, se concordamos com o que diz ou não. A garantia da democracia é a observância das leis. Elas estão aí para organizar a nossa sociedade e garantir nossos direitos. O próprio fato de discordar é um direito que temos garantido por lei. É um absurdo numa democracia o interesse particular se sobressair, por mais nobre que possa ser uma causa. 

Mas, a sua não candidatura, independentemente da decisão judicial, deve partir do próprio Lula. É um favor que ele faria a democracia tupiniquim. O ex-metalurgico como ele gosta de se denominar, mesmo tendo deixado de exercer a profissão com 29 anos, foi presidente do Brasil por dois mandatos consecutivos e ainda fez da sua companheira de partido, Dilma, sua sucessora que foi até reeleita. Então, o que mais ele pode fazer para o Brasil? O que faltou em seus 8 anos de governo e nos da sua sucessora que não foi feito? 

Não adiante botar a culpa em golpe, alegando que quem está no poder desfez tudo que foi conquistado. As medidas tomadas por Michael Temer, outrora aliado de Lula e vice da sua protegida e sucessora, por pior que possam ser, conseguiram espaço pelo simples fato de que havia espaço. No tempo que ocupou o cargo máximo do governo, Lula e Dilma não fizeram a reforma da previdência, trabalhista, do Ensino Médio, além da tributária, sindical e outras necessárias. Faltou tempo para fazê-las? Ou elas não eram necessárias para modernizar o Brasil? Lula e Dilma foram sim omissos com uma agenda a longo prazo para o país. Praticamente só se preocuparam com a agenda partidária. Caso houvesse tido uma política pública bem estruturada, nenhum futuro governo teria abalado seus pelares. Temos como exemplo a política econômica de Fernando Henrique Cardoso que foi levado adiante por Lula e Dilma e mesmo o Bolsa Família que ninguém hoje com consciência sobre a realidade social e econômica do Brasil ousa questionar a sua importância.

Cargos públicos foram ocupados por companheiros sem critério técnico, instituições públicas foram usadas para ganhos ilícitos a fim de enriquecer companheiros e o partido, numa esdrúxula tentativa de se “autofinanciar” nas campanhas, a máquina governamental foi inchada com aumento de funcionários indicados (aqueles sem concurso público, que apenas contam com a indicação amiga de quem tem o poder) e com autos salários.  

Há muito a ser elogiado na área social sim, os índices de combate a miséria são louváveis, mas todos os benefícios criados precisam de recursos para se manterem, daí uma política que não garanta a sustentabilidade do Estado e um aparato burocrático muito dispendioso, uma hora cobra a conta e aí quem a paga são os mais pobres, desde o aumento dos preços até o fim dos benefícios e projetos sociais que eles dependem para terem uma vida digna.

Todos os casos de corrupção que são investigados e tem como alvo Lula, Dilma e seus companheiros e antigos aliados demonstram uma máquina pública voltada a beneficiar grandes empresas, sobretudo as construtoras, com o objetivo de tirarem vantagens. Podemos discutir a intenção dos investigares, se é o senso de justiça que os impulsam ou se é partidarismo. Mas não tem como negar o óbvio, houve sim corrupção e muita. A maior prova está nos ex-aliados e companheiros que já fecharam acordos de delação premiada. Podem até alegar que só fazem isso para se safarem, acusando e prejudicando quem é inocente, mas não dá para negarem que eles cometeram crimes enquanto faziam parte do governo.

Ouso aqui afirmar que Lula não foi o pai dos pobres como prometia e sim do grande capital que ele afirmava combater, assim como não é um preso político, pois estes são trancafiados por suas ideias e está numa cela em Curitiba condenado por uma prática ilegal, o que faz dele um preso comum. 

Prof. Fábio José

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